
Dia Mundial do Diabetes: doença em grávidas costuma ser negligenciada
Especialista alerta sobre os riscos do diabetes gestacional para a saúde da mãe e do bebê
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Siga noO diabetes afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - Censo 2022), aproximadamente 20 milhões de brasileiros, ou 10% da população, têm diabetes. Entre as mulheres, o número de diagnósticos é superior ao dos homens, conforme a pesquisa Vigitel Brasil 2023 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).
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“O DMG ocorre quando a mulher apresenta altos níveis de glicose no sangue pela primeira vez durante a gestação. Ao contrário do diabetes tipo 1 ou tipo 2, que podem ser diagnosticados em qualquer momento da vida, o DMG é detectado especificamente durante o pré-natal e exige cuidados especiais”, afirma a especialista.
Complicações para mãe e bebê
O diabetes gestacional não tratado ou mal controlado pode oferecer riscos. Para a mãe, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia e até lacerações durante o parto devido ao tamanho do bebê. Em longo prazo, as mulheres com histórico de DMG têm um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2 e outras condições crônicas, como doenças cardiovasculares e renais.
Para o bebê, as complicações incluem malformações congênitas - quando há o diagnóstico de diabetes tipo 1 ou 2 antes da gestação e não há controle por parte da mulher, prematuridade e risco aumentado de problemas respiratórios ao nascer. Hipoglicemia neonatal e hiperbilirrubinemia também exigem cuidados intensivos. Suzana destaca que o ambiente intrauterino com altos níveis de glicose pode ter impactos ao longo da vida do bebê: “Estudos mostram que filhos de mães diabéticas têm até cinco vezes mais risco de desenvolver diabetes e duas vezes mais chances de desenvolver obesidade”.
Diagnóstico e prevenção
O pré-natal é a ferramenta mais eficaz para diagnosticar e gerenciar o diabetes gestacional. No Brasil, as recomendações incluem exames de glicemia de jejum na primeira consulta pré-natal e o teste de tolerância à glicose entre a 24ª e a 28ª semana de gestação. Caso o diagnóstico de DMG seja confirmado, as gestantes recebem orientações sobre dieta, atividade física e, se necessário, terapia com insulina.
A terapia nutricional é essencial para controlar a glicemia e prevenir complicações. A dieta deve ser fracionada e equilibrada, com carboidratos complexos e ricos em fibras. O acompanhamento multidisciplinar, envolvendo endocrinologista, nutricionista e educador físico, é recomendado para um tratamento eficaz.
Cuidados no pós-parto
Mesmo após o parto, o risco de diabetes persiste. Mulheres com histórico de DMG devem realizar novos exames entre 6 e 12 semanas após o nascimento e fazer triagem anual para diabetes. Mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e exercícios regulares, são recomendadas para reduzir o risco de diabetes a longo prazo.