QUESTÃO DE HÁBITO

Cuidar do intestino é cuidar da saúde como um todo

Pesquisa mostra que a quantidade de pessoas com doenças inflamatórias intestinais (DII) no Brasil aumentou 233% em oito anos

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A famosa frase - “você é o que você come” - revela muito sobre os hábitos alimentares, tipos de alimentos ingeridos e preferências individuais. Essas escolhas impactam diretamente na saúde do intestino.  Produtos industrializados e fast foods podem ser opções práticas e saborosas de se alimentar, mas contêm muitos conservantes, carboidratos, gordura saturada e sódio. Essa combinação afeta a microbiota intestinal, causando constipação e gases.

O intestino cumpre papel fundamental para o corpo e a manutenção da saúde. É responsável pela absorção de nutrientes, pela regulação do sistema imunológico, e pela produção de hormônios e neurotransmissores que influenciam o sistema nervoso central. O cólon é encarregado por extrair água e sais minerais dos alimentos digeridos, além de absorver vitamina K, B1 (tiamina) e B (riboflavina). Essas vitaminas são produzidas pelas mais de 700 espécies de bactérias que compõem a flora intestinal.

“A primeira barreira imunológica do corpo humano é o intestino. A microbiota intestinal é composta por microrganismos, bactérias, vírus e fungos que habitam o trato intestinal e desempenham papel crucial no funcionamento do órgão. A segunda barreira são as vigias do intestino. As TLR (Toll-Like) são proteínas que detectam a entrada de patógenos microbianos que podem causar inflamações e infecções. O consumo exagerado de alimentos ultraprocessados torna as TLR mais sensíveis. Com isso, o sistema imune é ativado indicando que um processo inflamatório está se iniciando a cada vez que isso ocorre”, pontua o nutricionista, mestre em biologia celular e molecular pela UFPR, professor do curso de Nutrição Funcional na Faculdade Uniguaçu, Ney Felipe Fernandes.

Dados de estudo publicado na revista The Lancet Regional Health Americas, em 2022, mostram que a quantidade de pessoas diagnosticadas com doenças inflamatórias intestinais (DII) no Brasil aumentou 233% em oito anos, passando de 30 casos por 100 mil habitantes em 2012 para 100,1 casos por 100 mil pessoas em 2020. A pesquisa contou com a participação de 212 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

No mundo são mais de 5 milhões de pessoas afetadas com doenças inflamatórias intestinais que são inflamações do trato intestinal, constituído por boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e grosso, reto e ânus. Jovens e adultos são os mais afetados.

Os quadros de DII não têm cura, mas o diagnóstico precoce é importante para controlar os desconfortos causados, como: cólicas intestinais, diarreia crônica com a presença de muco ou sangue, prisão de ventre, dor abdominal constante e a sensação de evacuação incompleta. O crescimento alarmante de casos pode ter relação com o histórico familiar, estilo de vida, dieta, alterações do sistema imunológico, mudança na flora intestinal e perfil genético. Outro fator de risco comprovado é o tabagismo, que pode causar o agravamento da doença de Crohn (desregulação do sistema imunológico).

“Infelizmente muitas pessoas não se preocupam com a alimentação e com isso a saúde do intestino é negligenciada dia após dia. Comer de maneira saudável e equilibrada é essencial para preservar a saúde intestinal. É prioritário diminuir o consumo de alimentos industrializados e de gordura saturada, e incluir no dia a dia, frutas, cereais, alimentos probióticos e prebióticos na dieta. Beber bastante água, dormir bem e praticar exercícios também faz parte de uma rotina saudável”, observa Ney.

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