
Brasil tem 1.024 casos confirmados de mpox, 85% em homens
Doença pode causar complicações como infecções secundárias, pneumonia e encefalite
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Siga noA mpox, anteriormente conhecida como monkeypox ou varíola dos macacos, emergiu como uma nova preocupação de saúde pública global, principalmente em países africanos, como a República Democrática do Congo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 15,6 mil casos e 537 mortes já foram notificados nesse país. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, foram notificados, neste ano, 1.024 casos confirmados ou prováveis da doença, sendo 85% do sexo masculino e 42,2% de pessoas que vivem com HIV/Aids.
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A mpox é causada pelo vírus monkeypox, pertencente ao grupo Orthopoxvirus, o mesmo da varíola humana. O infectologista cooperado da Unimed-BH, Adelino Melo Freire Jr., explica que, embora a doença seja zoonótica, transmitida de animais para humanos, o atual surto demonstra que a transmissão entre pessoas é uma ameaça real, especialmente em ambientes de contato próximo.
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"A transmissão da mpox ocorre principalmente por contato direto com lesões cutâneas ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, mas gotículas respiratórias e objetos contaminados também podem veicular o vírus. Há, também, a possibilidade de transmissão vertical, durante a gestação".
As manifestações da mpox geralmente se iniciam após um período de incubação que varia de seis a 21 dias, com sinais e sintomas leves. Porém, algumas pessoas, especialmente aquelas com imunossupressão, podem desenvolver formas graves. A manifestação cutânea típica é o surgimento de pápulas e vesículas, precedido ou não de febre e de linfadenopatia (inchaço dos gânglios). Outros sintomas incluem dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, calafrios e exaustão.
As erupções podem acometer regiões como face, boca, tronco, mãos, pés ou qualquer outra parte do corpo, incluindo as regiões genital e anal. “O período de doença varia de duas a quatro semanas. Embora a maioria dos casos seja leve, complicações como infecções secundárias, pneumonia e encefalite podem ocorrer. O monitoramento médico é essencial para tratar e prevenir complicações, especialmente em grupos vulneráveis como crianças, gestantes e pessoas imunocomprometidas”, recomenda Adelino Melo.
Apesar do surto global de mpox estar sob controle em algumas regiões, para a OMS a doença ainda representa uma ameaça significativa, especialmente em áreas com acesso limitado à vacina e ao tratamento.
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"Estamos diante de uma doença que requer vigilância constante. Por isso, é importante salientar que pessoas que têm contato próximo com pacientes infectados estão mais expostas à infecção. Isso inclui os familiares e parceiros próximos (inclusive sexual). Durante o surto global de 2022, a maioria dos pacientes infectados tinham história de múltiplos parceiros sexuais recentes. Dessa forma, adoção de medidas de sexo seguro também pode reduzir o risco de adoecimento", orienta o infectologista.