A endometriose faz com que o tecido semelhante ao revestimento do útero, chamado endométrio, cresça fora do útero das mulheres -  (crédito: Freepik)

A endometriose faz com que o tecido semelhante ao revestimento do útero, chamado endométrio, cresça fora do útero das mulheres

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No Brasil, há uma série de tratamentos feitos com medicamentos genéricos disponíveis para a endometriose, com destaque para o “dienogeste” um hormônio que atua reduzindo a produção do estradiol – hormônio produzido principalmente nos tecidos ovarianos – e, consequentemente, diminuindo seus efeitos no endométrio, que é a camada de tecido que reveste a parede interna do útero. Isso resulta na diminuição da multiplicação excessiva de células no tecido endometrial afetado.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a endometriose afeta aproximadamente 176 milhões de mulheres em todo o mundo, sendo mais de sete milhões apenas no Brasil. Esta doença é caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina.

A endometriose faz com que o tecido semelhante ao revestimento do útero, chamado endométrio, cresça fora do útero das mulheres. Dessa forma, o tecido pode se fixar em outros órgãos pélvicos, como ovários, trompas de Falópio, intestinos e bexiga. Durante o ciclo menstrual, o tecido endometrial fora do útero também sangra, mas como não há nenhuma maneira de o sangue deixar o corpo, isso pode levar à inflamação, dor e formação de cicatrizes.

Segundo Tiago de Moraes Vicente, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), em 2023 foram comercializadas cerca de 1.284.794 unidades de dienogeste.

Tiago comenta que há levantamentos que apontam que a condição e a procura por tratamento é mais comum do que se imagina. "De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente uma em cada 10 mulheres no Brasil enfrentam os sintomas da endometriose. Atualmente temos analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e hormônios – por exemplo os contraceptivos orais –, como opções disponíveis para tratamento prescritas por profissionais de saúde" comenta.

Causas e fatores de risco

As causas exatas da endometriose ainda estão sendo estudadas, mas existem vários fatores que comprovadamente podem aumentar o risco de desenvolvimento da condição, incluindo predisposição genética, anormalidades hormonais e fatores imunológicos.

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Sintomas

Os sintomas da endometriose podem variar em cada organismo, mas comumente incluem:

  • Dor pélvica intensa, especialmente durante a menstruação
  • Dor durante as relações sexuais
  • Sangramento menstrual intenso ou irregular
  • Fadiga crônica
  • Problemas gastrointestinais, como dor ao urinar ou defecar
  • Infertilidade


Opções de Tratamento

O tratamento para endometriose visa aliviar os sintomas, controlar a progressão da doença e melhorar a fertilidade, quando desejado. As opções de tratamento incluem:

1. Medicamentos: analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e hormônios, como contraceptivos orais, podem ajudar a aliviar a dor e a inflamação.
2. Cirurgia: em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária para remover tecido endometrial excessivo, aderências e cistos ovarianos.
3. Tratamento hormonal: terapias hormonais, como injeções de progesterona, implantes e alguns dispositivos intrauterinos (DIUs), podem ajudar a controlar o crescimento anormal do tecido endometrial.
4. Tratamentos complementares: terapias complementares, como acupuntura ou fisioterapia, podem ser úteis para algumas mulheres no manejo da dor e do desconforto.


“Cabe ressaltar que a consulta a um profissional da saúde em caso de suspeita de endometriose ou se estiver enfrentando sintomas persistentes é imprescindível. Um diagnóstico precoce aliado a um plano de tratamento adequado pode melhorar significativamente a qualidade de vida e a saúde reprodutiva”, reitera.