Responsáveis por conferir um aspecto triste e cansado ao rosto, sobrancelhas caídas podem estar relacionadas à genética ou ao processo natural de envelhecimento -  (crédito: Freepik)

Responsáveis por conferir um aspecto triste e cansado ao rosto, sobrancelhas caídas podem estar relacionadas à genética ou ao processo natural de envelhecimento

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Apesar de frequentemente passarem despercebidas, as sobrancelhas desempenham um papel fundamental na harmonia facial, na beleza do rosto e até mesmo nas relações sociais, pois são responsáveis por expressar as emoções e têm uma posição de destaque no semblante, servindo como verdadeiras molduras para os olhos. Também são grandes indicadoras do processo de envelhecimento. “Conforme envelhecemos, a perda de colágeno e firmeza da pele combinada à flacidez dos músculos da testa levam a queda dos supercílios, ou sobrancelhas, principalmente da região da cauda, isto é, da parte mais lateral. Consequentemente, a expressão facial é alterada, adquirindo um aspecto cansado e triste, causa de grande desconforto estético”, explica o cirurgião plástico, membro da Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS), Paolo Rubez.

O especialista diz que esse processo de queda dos supercílios inicia-se por volta dos 30 anos, quando a musculatura da face começar a perder força, mas pode ser tratado com uma série de procedimentos estéticos disponíveis atualmente. E, curiosamente, esses tratamentos também são buscados por pessoas mais jovens, por volta dos 20 anos. “Além do envelhecimento, as sobrancelhas caídas também podem ter relação com a genética. Então, não é incomum que pessoas jovens, que ainda não sofreram com o processo de envelhecimento da região, queiram elevar os supercílios, o que também se deve muito ao fato de estarem constantemente conectadas às redes sociais, em que sobrancelhas arqueadas são valorizadas por conferir ao rosto um aspecto mais atraente ”, diz o médico.

Com relação aos procedimentos disponíveis para a suspensão da sobrancelha, o cirurgião plástico explica que existem opções injetáveis e cirúrgicas. No campo dos tratamentos injetáveis, é possível optar, por exemplo, pela aplicação de toxina botulínica. “Essa é uma ótima opção para solucionar quedas leves da cauda dos supercílios, sejam causadas pelo envelhecimento ou pela genética, pois é a maneira mais simples para tratar o problema. A substância age paralisando alguns músculos envolvidos na movimentação e queda das sobrancelhas, assim ajudando a suspendê-las e arqueá-las, além de também reduzir a aparência das rugas que comumente surgem nessa região devido à movimentação realizada para compensar a queda dos supercílios”, esclarece Paolo, que aponta o preenchimento de ácido hialurônico como outra possível solução injetável para a queda dos supercílios. “Essa é uma substância naturalmente encontrada no organismo que pode ser injetada no arco dos supercílios para conferir volume à região, tornando-a levemente mais projetada e elevando-a em alguns milímetros para conferir ao rosto um ar rejuvenescido”, acrescenta o médico. A grande vantagem desses procedimentos está na aplicação e recuperação rápidas. Porém, têm ação mais limitada e não são definitivos - a toxina botulínica dura em torno de três a quatro meses, enquanto o preenchedor permanece no local por cerca de um ano.

Para quem sofre com uma queda acentuada das sobrancelhas e deseja resultados mais expressivos e definitivos, o ideal é optar por cirurgias plásticas, como o mini lifting temporal. “O objetivo desse procedimento é elevar os tecidos na parte lateral dos supercílios, na região da cauda das sobrancelhas. Realizada sob efeito de anestesia local associada à sedação, essa técnica é feita a partir de pequenas incisões nas laterais do couro cabeludo, o que garante que as cicatrizes fiquem imperceptíveis. Como as incisões são menores, o período pós-operatório é muito simples e confortável e o resultado definitivo surge após a diminuição do inchaço local”, detalha o especialista.

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Outra opção cirúrgica, indicada em casos em que, além da queda dos supercílios, há flacidez acentuada de todo o terço superior da face, é o lifting frontal, também conhecido como lifting de testa. “Feito com anestesia geral, o procedimento pode ser realizado por meio de incisões no couro cabeludo e até com o auxílio de aparelhos de videoendoscopia. Em ambos os casos, o objetivo é reposicionar músculos, ligamentos e pele para promover tração na região, assim amenizando a flacidez, reduzindo a aparência de rugas e arqueando as sobrancelhas”, explica o cirurgião plástico. Por ser mais invasivo que o mini lifting temporal, o lifting frontal tende a ter um pós-operatório mais demorado, mas que envolve, sobretudo, inchaço na região, sem dores. Os resultados também são muito naturais, com as cicatrizes ficando escondidas no couro cabeludo, assim como acontece na outra técnica.

Paolo ressalta que a escolha da técnica dependerá de uma série de fatores, como o grau de queda dos supercílios e a disponibilidade do paciente. Após uma avaliação detalhada, médico e paciente poderão entrar em consenso sobre a melhor opção para cada caso. “Por isso, é importante que o paciente converse bastante com o cirurgião e entenda todas as possibilidades disponíveis para alcançar o resultado desejado, seja por meio de tratamentos injetáveis ou intervenções cirúrgicas. Dependendo do caso, a suspensão dos supercílios ainda pode ser associada com outros procedimentos, como uma blefaroplastia ou um lifting facial."