Prioridade é Lula: PT deve lançar no máximo oito candidatos a governador
Para facilitar alianças, partido do presidente se prepara para apoiar até vinte nomes de outras legendas para o comando dos estados
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O PT aprovou no último fim de semana uma resolução que prioriza para 2026 a reeleição de Lula para mais um mandato e o aumento das bancadas no Senado e na Câmara. A orientação é fazer composições com outros partidos na maioria dos 27 estados da federação, se preciso sacrificando eventuais candidatos petistas aos governos. Em pelo menos oito estados, no entanto, a legenda pode encabeçar as chapas.
O desenho ainda está sendo fechado, mas as movimentações indicam um cenário com o partido liderando as chapas no Rio Grande do Sul, com o atual presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto; Ceará, com a candidatura à reeleição de Elmano de Freitas; Espírito Santo, com o deputado Helder Salomão; Bahia, para a reeleição de Jerônimo Rodrigues, Piauí, para a reeleição de Rafael Fonteles; Rio Grande do Norte, com Cadu Xavier, atual secretário da Fazenda; Maranhão, com o atual vice -governador, Felipe Camarão e ainda em São Paulo.
No caso de São Paulo, a cúpula do partido ainda tenta convencer o ministro Fernando Haddad (Fazenda) a se candidatar ao governo para enfrentar o atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Caso Tarcísio decida se lançar à Presidência da República, a intenção é lançar Haddad para o Senado e partir para o convencimento do atual vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), para o governo. Uma tarefa difícil, tanto em relação a Haddad quanto em relação a Alckmin. “Nesse caso, Lula terá que entrar no convencimento”, disse o deputado Jilmar Tatto (SP), vice-presidente da legenda e coordenador do 8º Congresso do partido, que vai acontecer em abril.
Se o vice-presidente for o escolhido, será mais um candidato de outro partido apoiado pelo PT. Nesse caso, a conta de aliados na cabeça da chapa sobe para vinte.
Na avaliação de petistas, o plano de lançar o apoio ao senador Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo de Minas Gerais naufragou após a indicação do ministro Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) para a vaga do STF (Supremo Tribunal Federal). Pacheco, que era um dos cotados para ser indicado, já avisou a Lula que não pretende concorrer, decisão que complica ainda mais as perspectivas para o PT no estado.
A desistência de Pacheco foi acompanhada de uma jogada do presidente do PSD, Gilberto Kassab (SP), de filiar o vice-governador, Mateus Simões, para ser o candidato ao governo. Sem o PSD, o PT busca compor um palanque com o atual presidente da Alemg (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), e tenta incluir as prefeitas de Contagem, Marília Campos, e de Juiz de Fora, Margarida Salomão, para a vaga do Senado.
Eleições Legislativas
O partido de Lula fala que para “sustentar um novo ciclo histórico”, com Lula em um quarto mandato, será necessário aumentar a bancada. Nas projeções, a ideia é chegar a 90 deputados. Hoje, o PT tem 70.
“Não tem como a gente não disputar o governo em alguns estados onde há nomes viáveis, até porque existem governadores que querem se reeleger, mas nós vamos montar uma estratégia específica para eleger senadores e deputados federais”, afirma Tatto. “Existem estados em que não temos nem um deputado federal, então nós queremos cuidar para que isso se reverta”, acrescenta Tatto.
Na região norte, por exemplo, o único estado em que o PT tem deputado federal é Pará. Senadores, o partido só tem no Pará e no Amapá. Ou seja, a legenda de Lula elegeu deputados nem um senadores no Amazonas, em Rondônia e em Roraima.