Malafaia reage à prisão de Bolsonaro e fala em 'manobra' para desviar foco
Pastor aliado de Bolsonaro reagiu à prisão preventiva do ex-presidente com acusações ao ministro do STF, repetiu ataques ao inquérito do 8/1 e, sem apresentar provas, sugeriu "cortina de fumaça"
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O pastor Silas Malafaia reagiu à prisão de Jair Bolsonaro, na manhã deste sábado (22/11), e voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o líder religioso classificou a decisão como “injustiça” e “covarde” e chamou Moraes de “ditador da toga”.
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Sem apresentar qualquer evidência, o líder religioso afirmou que a prisão seria uma “cortina de fumaça” para desviar a atenção da liquidação do Banco Master e das investigações sobre o conglomerado. Ele insinuou que a esposa e os filhos de Moraes, que são advogados, atuam na defesa do banco.
Malafaia afirmou que Bolsonaro é vítima de “perseguição política” e criticou o que chamou de “farsa” no inquérito do 8 de janeiro. Ele atacou a delação do coronel Mauro Cid, peça central do caso, dizendo que ela teria sido “alterada seis vezes”, acusou ilegalidades na condução do inquérito e voltou a sugerir que Moraes deveria estar impedido de atuar por já ter sido alvo de ameaças.
Ao comentar o momento da prisão do ex-presidente, o pastor também se irritou com a proximidade do ato ao anúncio de uma vigília de oração convocada pelo senador Flávio Bolsonaro. “Quer dizer que convocar manifestação pacífica é motivo para prender o outro?”, afirmou. Em tom cada vez mais político, Malafaia afirmou que a prisão tem motivação ideológica e disse que “Deus vai manifestar sua justiça”.
Malafaia também é investigado
As reações do pastor ocorrem meses após ele próprio ter sido indiciado pela Polícia Federal no âmbito da investigação sobre a trama para manter Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral. Malafaia foi apontado pela PF como um dos articuladores da estratégia de comunicação que, segundo os investigadores, alimentou tensões institucionais e sustentou narrativas de desacreditação do sistema eleitoral. Ele nega qualquer irregularidade.
A prisão de Bolsonaro decretada neste sábado, porém, não está ligada ao mérito do inquérito sobre a tentativa de golpe, mas ao descumprimento de medidas cautelares impostas pelo Supremo, entre elas o uso regular da tornozeleira eletrônica. A PF apontou manipulação do equipamento e risco de fuga, o que levou Moraes a determinar a preventiva.
Entenda a prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado, na casa dele, no Jardim Botânico, em Brasília. Ele está detido agora na Superintendência da Polícia Federal, no Setor Policial Sul, onde aguarda audiência de custódia, marcada para este domingo.
A prisão é preventiva, sem prazo determinado, e foi solicitada pela Polícia Federalao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido.
A prisão preventiva de Bolsonaro não tem relação direta com a condenação na trama golpista, mas, sim, com a quebra reiterada de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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Segundo os investigadores, o ex-presidente mexeu na tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado, violou regras de monitoramento, manteve contatos proibidos e estimulou movimentações políticas mesmo sob restrições.