Cleitinho e Bolsonaro: os altos e baixos da relação dos políticos
Relembre a trajetória da aliança entre o senador mineiro e o ex-presidente, marcada por apoio, críticas, afastamento e agora um pedido de perdão
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Um vídeo recente do senador Cleitinho (Republicanos-MG) pedindo perdão à família Bolsonaro agitou o cenário político e as redes sociais. A gravação, que circula intensamente online, marca uma tentativa de reaproximação após um período de críticas e distanciamento, reabrindo o debate sobre a fidelidade e os rumos da direita no país.
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A relação entre Cleitinho e o ex-presidente Jair Bolsonaro começou com forte alinhamento. Eleito em 2022 com um discurso popular e conservador, o senador mineiro surfou na onda bolsonarista, consolidando-se como um dos principais aliados do ex-mandatário no Congresso. A parceria parecia sólida, com trocas de elogios e defesa mútua em diversas ocasiões.
No entanto, a sintonia começou a ruir após as eleições de 2024. Cleitinho teceu críticas públicas à postura de Jair Bolsonaro, cobrando uma posição mais firme diante da derrota. Recentemente, o senador voltou a se manifestar de forma independente, gerando desconforto na base aliada mais fiel ao ex-presidente e resultando em ataques de influenciadores e parlamentares do mesmo campo ideológico.
Entenda a desavença
Durante uma entrevista para a rádio Auriverde na última semana, Cleitinho disse que não apoiaria cegamente um nome que fosse indicado por Bolsonaro e que iria avaliar os posicionamentos da pessoa. Além disso, ao ser questionado se apoiaria o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como representante do pai na disputa presidencial, o senador negou: "Não apoio. Ele não está aqui no Brasil. Como vou apoiar um candidato que não está aqui?".
O senador também declarou que que seria "imprudente" o filho 03 concorrer à Presidência em 2026, já que as pesquisas apontam vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na terça-feira (22/10), Cleitinho pediu perdão no Plenário e nas redes sociais, declarando sua lealdade ao ex-presidente. Ele afirmou que reconhece seu equívoco e chamou Bolsonaro de "nosso querido ex-presidente". No dia seguinte, Eduardo respondeu: "Imprudente foi darmos a vaga do Senado para você. Mas muitos dos nossos erros serão corrigidos".
Entre as principais respostas à declaração do senador também está o deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL), que usou uma reunião da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para dizer que "muita gente que foi para rua, que pediu voto dizendo que era bolsonarista virou as costas para Jair Bolsonaro".
Por fim, neste domingo (26/10), Cleitinho publicou um novo vídeo no qual aparece segurando um cartaz com a frase “aquele que nunca errou, atire a primeira pedra. Eu mereço seu perdão?” e relembrando momentos vividos ao lado de Jair . O material acabou republicado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), gesto interpretado como sinal de reaproximação.
Em um contexto no qual a lealdade pessoal ao ex-presidente tornou-se critério central, o pedido de desculpas público sinaliza uma tentativa de reverter esse cenário e realinhar forças, garantindo apoio em futuras articulações políticas.
Como entender os sinais de uma aliança política
Para o cidadão comum, acompanhar as movimentações políticas pode ser complexo. As alianças e rupturas nem sempre são claras. Entender os sinais pode ajudar a interpretar melhor o que acontece nos bastidores do poder. Veja o que observar:
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Comunicação pública: Fique de olho nas declarações oficiais, postagens em redes sociais e entrevistas. Elogios públicos ou a ausência deles são termômetros importantes da relação entre políticos.
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Interações online: A dinâmica nas redes sociais revela muito. Verifique se os políticos curtem, comentam ou compartilham o conteúdo um do outro. Uma interrupção súbita nesse padrão pode indicar um atrito.
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Eventos e fotos: A presença ou ausência de um político em eventos importantes de um aliado é um forte indicativo. Fotos conjuntas, especialmente em momentos estratégicos, servem para reforçar a imagem de união.
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Alinhamento em votações: A forma como senadores e deputados votam em projetos importantes no Congresso é a prova mais concreta de uma aliança. Acompanhar as pautas de interesse de cada grupo ajuda a entender quem está do lado de quem.
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Mensagens indiretas: Muitas vezes, os recados não são diretos. Políticos usam entrevistas ou discursos para enviar mensagens a aliados ou adversários, criticando ou apoiando ideias sem citar nomes.
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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.