Eleições 2026

Deputados do PL atacam tentativa de Zema de se descolar do bolsonarismo

O governador disse, em entrevista no Roda Viva, não ter vinculação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que desagradou os deputados do PL

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A fala  do governador Romeu Zema (Novo) ao programa Roda Viva, da TV Cultura, emissora pública paulista, dizendo não ter vinculação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, desagradou os deputados do Partido Liberal (PL), legenda que já fez parte da base governista na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Também não repercutiu bem entre os integrantes do PL, partido de Bolsonaro, os dados sobre segurança pública divulgados pelo governador no programa de entrevistas, um dos mais tradicionais da televisão brasileira, no ar há 35 anos. 

O deputado estadual Cabo Caporezzo (PL) chamou o governador de “desleal” por tentar se distanciar do bolsonarismo. 

"Alguém entregue um óleo de peroba para o governador lustrar sua cara de pau, porque não tem lógica tanta falta de vergonha na cara de madeira do governador Romeu Zema”, atacou o deputado. Segundo ele, Zema já disse ter “99% de DNA do bolsonarismo”. “Agora ele fala, como se não houvesse esse registro histórico, que ele nunca caminhou com ele. É brincadeira a falta de honra desse sujeito, a falta de compromisso”, afirmou. Para ele, Zema “não deve estar jamais à frente do Brasil”. 

Na entrevista, veiculada na noite dessa segunda-feira (25/8), Zema negou ter proximidade com o ex-presidente Bolsonaro. “Eu nunca fui do mesmo partido dele. Em 2022, ele apoiou outro candidato ao governo de Minas, então essa minha vinculação com ele não é tão grande quanto alguns alardeiam”, disse Zema.

O deputado repetiu também o discurso que vem sendo adotado pelo bolsonarismo, de que o lançamento da candidatura de Zema à Presidência da República foi precipitado e o que os governadores pré-candidatos ao Palácio do Planalto querem é que Bolsonaro permaneça inelegível para herdar os seus votos. “Está na cara que esses governadores são fãs do ‘ditador careca togado’. Eles precisam do Bolsonaro preso”, afirmou o deputado, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal do processo que acusa Bolsonaro de golpe de Estado.

O deputado estadual Bruno Engler (PL) também atacou a fala do governador, chamado por ele de “direita moderada”.  “Esses governadores não entram de cabeça na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e não articulam para que ele possa disputar as eleições porque a grande verdade é que eles querem o Bolsonaro inelegível; a grande verdade é que eles querem ocupar o espaço que é legitimamente de Jair Bolsonaro”, disse o deputado. 

De acordo com o deputado, a “turminha do Partido Novo" quer se descolar de Bolsonaro sem perder seus eleitores. “Eles fingem que estão com  Bolsonaro, acenam para as câmeras, mas na prática estão na torcida para que Bolsonaro fique fora do jogo”, afirma Engler, que foi apoiado por Zema no segundo turno das eleições para a Prefeitura de Belo Horizonte.  

Apesar dos ataques, nenhum deputado da base governista saiu em defesa do governador, após as críticas de Caporezzo e Engler feitas da tribuna da ALMG.

Segurança Pública

O presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Sargento Rodrigues (PL), também criticou duramente as políticas de segurança de Zema, alegando que o chefe do Executivo demonstra desconhecimento da realidade do estado. As críticas foram motivadas pela fala de Zema no programa Roda Viva, quando o governador minimizou os dados da segurança pública que mostram o aumento dos homicídios dolosos no estado, com um índice superior à média nacional, entre 2020 e 2024, segundo levantamento feito pelo Fórum de Segurança Pública. 

Em resposta, Zema minimizou os números, comparando a situação a alguém que perde peso ao longo de anos, sugerindo que pequenas variações não desmerecem avanços maiores.

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Para o deputado, a fala do governador mineiro representa uma falta de conhecimento sobre a realidade da segurança pública no estado. “Não respondeu nada. Ele vem com umas historinhas completamente dissociadas da pergunta. Uma alusão completamente absurda. É fato, ele não conhece nada da máquina pública que governa. Por isso enrola para dar resposta. Os números são claros: houve decréscimo no efetivo das forças de segurança e aumento da criminalidade”, disse.

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