Rivaldo foi preso na manhã deste domingo, suspeito de interferir nas investigações sobre o assassinato da ex-vereadora -  (crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Rivaldo foi preso na manhã deste domingo, suspeito de interferir nas investigações sobre o assassinato da ex-vereadora

crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

A prisão do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, suspeito de obstruir as investigações sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi recebida com surpresa pela família. O policial foi uma das primeiras pessoas a receber os familiares das vítimas, mas, neste domingo (24/3), foi revelado que ele é um dos envolvidos com o crime.

“Rivaldo recebeu nossas famílias logo após Marielle e Anderson terem sido assassinados, com o sorriso cínico que só as mais corruptas das burocracias podem produzir, nos dizendo que o caso seria uma prioridade máxima para ser solucionado o mais rápido possível. Seu nome envolto nessa execução brutal só demonstra o tamanho do abismo que vivemos no estado do Rio de Janeiro”, escreve a nota conjunta de Monica Benicio e Agatha Arnaus, viúvas de Marielle e Anderson, respectivamente.

Ainda na sede da Superintendência da Polícia Federal do Rio, Benicio, que também é vereadora na capital carioca, disse que as prisões não são o fim do caso, mas o “início de uma nova luta”.

 

“Queremos que todas as pessoas que tiveram qualquer tipo de contribuição, relação e envolvimento sejam responsabilizadas", disse Benício ao deixar a sede da Polícia Federal no Rio. Espero que, ao rigor da lei mais severa possível, todos os envolvidos sejam responsabilizados. Nem só porque as nossas famílias precisam, mas porque a democracia necessita isso", afirmou.

 

 

Rivaldo Barbosa foi preso nesta manhã, após uma operação conjunta da Polícia Federal, Procuradoria Geral da República e do Ministério Público. O policial havia assumido o posto um dia antes do assassinato, e sua nomeação foi bancada pelo general Braga Netto, na época interventor da segurança no Rio.

 

Também foram presos os irmãos Chiquinho Brazão, deputado federal pelo União Brasil, e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ).

 

Em janeiro, o site The Intercept havia reportado que o ex-policial militar Ronnie Lessa, executor do assassinato, delatou Domingos como um dos mandates do assassinato. A delação, no entanto, só foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na última semana, em decisão do relator Alexandre de Moraes.