Marielle Franco  -  (crédito: Reprodução )

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes ocorreu em 2018

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A Polícia Federal prendeu na manhã deste domingo (24/3) os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, apontados como os mandantes do atentado contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, na noite de 14 de março de 2018.

Domingos atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Chiquinho, deputado federal pelo União Brasil, e, por isso, tinha foro privilegiado.

A PF prendeu também o delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de planejar o crime e atrapalhar as investigações. Ele assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro na véspera do crime e atualmente é coordenador de Comunicações e Operações Policiais da instituição. Eles foram levados para o presídio federal de Brasília.

 

 

 

Presos no caso Marielle Franco

 

  • Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos (2019)
  • Élcio de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro usado no crime (2019)
  • Maxwell Simões Corrêa, o Suel, primeiro por atrapalhar as investigações (2020) e, depois, por ajudar a se desfazer da arma do crime (2023)
  • Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, apontado como dono do ferro-velho que desmanchou o Cobalt prata (fevereiro de 2024)
  • Domingos Brazão, atual conselheiro do TCE-RJ, apontado como mandante (24/3)
  • Chiquinho Brazão, deputado federal (União Brasil), investigado como mandante (24/3)
  • Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, por atrapalhar as investigações (24/3)

 

Leia também: Caso Marielle: o que a delação de Ronnie Lessa implica na investigação

 

Realizada num dia atípico de ações desse porte pela PF, a operação Murder Inc. foi antecipada por medo de vazamentos e ocorreu cinco dias após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologar a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, suspeito de ser o executor do crime.

O ex-policial militar teve sua delação premiada Ronnie Lessa homologada no último dia 19. A colaboração de Lessa foi oficializada após audiência do investigado com um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal.

“É extremamente significativo, é uma vitória do estado brasileiro, das nossas forças de segurança do país em relação ao combate ao crime organizado”, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em entrevista a jornalistas em Brasília, horas após a operação da Polícia Federal.

 

"Não houve uma só motivação" 

Com as prisões, a Polícia Federal afirmou que encerrou a apuração sobre os mandantes, intermediários e executores do crime. “Mas isso não impede que outras situações sejam analisadas. Não houve uma só motivação. Mas um conjunto de fatores de políticos de oposição. Existe um fator envolvendo milícia, disputa de por regularização fundiária”, explicou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que participou da entrevista com o ministro Lewandowski.

O relatório da corporação sobre os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes tem mais de 470 páginas e aponta que Chiquinho Brazão e Domingos Brazão mandaram matar a vereadora por motivos diversos, mas especialmente devido a interesses políticos sobre a legalização de terras em áreas dominadas por milicianos no Rio de Janeiro.