
Presidente do PT vê irresponsabilidade em bolsonaristas no comando de comissões
Gleisi Hoffmann criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, por não ter buscado mediar o processo
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Siga noFolhapress - A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta quinta-feira (7/3) que foi uma grande "irresponsabilidade" do PL indicar para os deputados federais Caroline de Toni (PL-SC) e Nikolas Ferreira (PL-MG) para os comandos das comissões de Constituição e Justiça e de Educação da Câmara, respectivamente.
Gleisi ainda criticou o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL) por não ter buscado uma mediação no processo. Por outro lado, afirmou que o governo não será prejudicado, argumentando que as pautas prioritárias não estão tramitando nas comissões da Câmara.
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"Eu acho que foi uma irresponsabilidade do PL indicar pessoas desse nível, como um mal-educado para presidir a Comissão de Educação [Nikolas Ferreira]. Isso depõe contra a Câmara, depõe contra o PL, depõe contra as instituições. Só tenho a lamentar, não tem como intervir", afirmou a parlamentar, ao chegar para cerimônia no Palácio do Planalto.
Ela ainda acrescentou que Nikolas não tem capacidade de elaborar uma pauta de projetos para a comissão.
"Eu acho que o presidente da Casa deveria ter tentado fazer isso [intervir], mas a Câmara vai pagar um preço. Não somos nós, não. É a Câmara como instituição que vai pagar", completou.
Leia também: Gleisi sobre acordo que elegeu Nikolas: 'lidamos com quem a população elege'
Nesta quarta (6/3), a deputada federal bolsonarista Caroline de Toni foi eleita presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, num revés para o governo Lula (PT). Foram 49 votos favoráveis e 9 brancos.
A CCJ é a principal comissão da Casa, uma vez que todos os projetos tramitam por ali. Em seu segundo mandato, Caroline é da ala mais bolsonarista do PL e ao longo de 2023 fez diversas intervenções contra o governo petista.
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, também indicou o nome do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) para comandar a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Ele foi eleito com 22 votos favoráveis e 15 em branco ?e sob protestos de parlamentares da esquerda.
Nikolas é um dos nomes mais ativos da oposição ao governo Lula na Casa. Ele foi o deputado federal mais votado em todo o país nas eleições de 2022, com 1,49 milhão de votos.
Gleisi Hoffmann buscou minimizar eventual prejuízo para o governo do presidente Lula. Defendeu que as propostas prioritárias do governo estão tramitando na Casa em regime de urgência, o que significa que elas não tramitam pelas comissões temáticas e estão sendo votadas diretamente em plenário.
"Os projetos principais do governo não têm tramitado pelas comissões. Aliás, nenhum deles. É só vocês analisarem que as comissões estão esvaziadas. Todos os projetos principais estão em regime de urgência para plenário. Nem a CCJ tem cumprido o seu papel de fazer uma análise mais profunda de projetos. O que tem ficado nas comissões são projetos que interessam mais aos deputados", afirmou a presidente do PT.
Ela ainda voltou a criticar os parlamentares bolsonaristas que vão presidir as comissões, afirmando que eles apenas vão ficar "fazendo discurso, convocação [de autoridades], bagunça, que é o que eles sabem fazer".
"O governo vai seguir, não vai depender do presidente da comissão de educação, imagina, nem CCJ. Vai seguir a vida. O problema é que isso depõe contra casa, é isso que não se entendeu ali [na escolha], é ruim para a câmara. O parlamento já tem uma avaliação negativa na sociedade, uma avaliação baixa, aí coloca pessoas nesse nível, dessa qualidade, que não têm não preparo, não tem estatura", completou.