Lula tenta destravar o acordo entre Mercosul e União Europeia. Emmanoel Macron, presidente da França, porém, disse ser contra o tratado -  (crédito: AFP)

Lula tenta destravar o acordo entre Mercosul e União Europeia. Emmanoel Macron, presidente da França, porém, disse ser contra o tratado

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu, neste sábado (2/12), as falas do presidente francês, Emmanoel Macron, contrário ao tratado entre Mercosul e União Europeia. Segundo Lula, cada país tem o direito de se posicionar, mas a visão de Macron não reflete a da UE.

Para o presidente brasileiro, a França é o país mais difícil para firmar acordos, por ter uma posição "mais protecionista". Lula comentou o tema em coletiva de imprensa durante a COP 28, que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

"É um direito dele. Cada país tem o direito de ter uma posição. Eu acho que é um direito dele ser contra. O Macron sempre foi, a França sempre foi o país mais duro para fazer acordo, porque a França é o país mais protecionista. Não é a mesma posição que a União Europeia, que pensa outra coisa", respondeu Lula.

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Macron e o mandatário brasileiro estiveram reunidos mais cedo. Logo após o encontro, Macron declarou ser contra o tratado, discutido há mais de 20 anos. "Ele [Lula] é visionário, corajoso e há muita sinergia entre as nossas estratégias", afirmou, explicando sua posição a favor do combate ao desmatamento e ao desenvolvimento econômico da região amazônica. "É justamente por isso, por isso mesmo, que eu sou contra o acordo Mercosul-UE, porque eu acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele está fazendo no Brasil, e com o que nós estamos fazendo", acrescentou.

Tratado emperrado

O Mercosul, especialmente o Brasil, e a UE aceleraram os trâmites do tratado após a eleição de Javier Milei para a presidência da Argentina, que traz incerteza para a posição do país sul-americano no futuro. Também está próxima do fim a presidência brasileira no bloco.

A expectativa era que a COP 28 seria a grande oportunidade para firmar os últimos pontos do acordo, com encontros de Lula com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com outros chefes de estado do continente. Até o momento, porém, não houve sinalização em prol de um fechamento.

O prazo para o acordo termina na quinta-feira da semana que vem (7/12), quando ocorre no Rio de Janeiro a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, último evento com a presidência brasileira.