
Por que a guerra cibernética entre hackers, mercenários e governos pode ser fatal
Best-seller ‘É assim que me disseram que o mundo acaba’, de Nicole Perlroth, joga luz sobre o mercado clandestino de compra e venda de dados secretos
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Siga noO trabalho investigativo da repórter norte-americana Nicole Perlroth complementa a ideia de que estamos cercados de perigos. Com o livro “É assim que me disseram que o mundo acaba” (Arquipélago), a jornalista relata suas experiências em um mundo até então escondido pelas sombras e descreve como hackers, mercenários e governos disputam, há vários anos, o controle cibernético global.
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Nicole, que trabalhou durante uma década na editoria de segurança cibernética do jornal The New York Times, revela os mecanismos de compra e venda de armas cibernéticas, mas foge do cenário clichê onde um hacker utiliza computadores em uma sala escura para concluir seus ataques. Ela comprova que governos já estão em uma guerra não-convencional para roubar dados secretos de outros países.
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Não à toa a publicação se tornou um best-seller. Afinal, quando lançado em sua versão original, em 2021, “This is how they tell me the world ends” chamou a atenção dos americanos por mostrar como se encaixam as porcas e os parafusos do mercado clandestino de “zero-days”, as falhas de software ou hardware que permitem o acesso de criminosos a sistemas que armazenam dados confidenciais em todo o mundo, além de explicar como os Estados Unidos invadiram uma instalação nuclear no Irã, em uma guerra onde as armas não são as bombas, mas os códigos e os computadores, e de detalhar o modus operandi de hackers chineses que roubavam propriedade intelectual de empresas norte-americanas.
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Trecho do livro
“Nunca teremos uma boa defesa contra ataques cibernéticos – ou contra campanhas de desinformação – sem boas políticas e conscientização nacional sobre ameaças cibernéticas. Devemos tornar a cibersegurança e a alfabetização midiática uma parte essencial no currículo das escolas. Muitos ataques cibernéticos se valem de nossos sistemas vulneráveis, que rodam em softwares sem atualizações em dia ou cujos bugs não foram corrigidos. Isso é, em grande parte, um problema de educação.”

A repórter norte-americana Nicole Perlroth
“É assim que me disseram que o mundo acaba”
De Nicole Perlroth
Tradução de Christian Schwartz e Liliana Negrello
Arquipélago Editorial
528 páginas.
R$ 99,90 (livro)
R$ 54,90 (e-book)