Artigo

Olhando o passado para energizar o futuro

Aprender com a evolução tecnológica e as mudanças de mercado contribui para guiar estratégias que maximizam o potencial da energia solar

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RODRIGO BOURSCHEIDT
CEO e fundador da Energy+

O Brasil começou a olhar para a energia solar de forma mais significativa a partir de 2012, com a Resolução Normativa número 482 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que regulamentou a microgeração e minigeração distribuída. Antes disso, o país era altamente dependente de hidroeletricidade, com pouca diversificação nas fontes de energia renovável. A energia solar era praticamente inexistente no cenário energético brasileiro.


Hoje temos políticas de incentivo, com a isenção de impostos como ICMS, PIS e Cofins para sistemas de geração distribuída em muitos estados, mas ainda estamos uns 20 anos atrasados em relação ao mundo.


A expectativa é que a matriz energética brasileira fique bem mais diversa nas próximas décadas, afinal o país é um dos que possui maior potencial na produção de energia limpa e renovável.


Em 2050, segundo estudo da consultoria Bloomberg New Energy Finance, cerca de 32% da energia nacional viria do sol, enquanto a hidrelétrica cairia para 30%, e a eólica subiria para 14,2%.


Atualmente, um dos desafios é a necessidade de praticidade das leis e dos regulamentos. Por exemplo, uma concessionária precisa ser mais ágil no momento de dar o acesso ao microgerador, pois conseguir essa autorização é bem demorado e desestimula o crescimento do setor.


Também a burocracia, que envolve a simplificação de processos de conexão à rede elétrica, é morosa. É preciso mais infraestrutura, com investimentos em rede elétrica para suportar a integração de mais energia solar.


Vale ressaltar que a produção de equipamentos para gerar energia solar tem um custo cada vez menor, mas ainda alto se comparado à conta de luz. É fazendo esta comparação que se calcula o retorno do capital investido e será determinante para o consumidor decidir ou não pela sua instalação.


Então, é necessário desenhar uma forma de financiamento adequada para que o usuário final possa equilibrar a conta de luz que paga com o financiamento de seu equipamento. Quando atingirmos esse equilíbrio, teremos pessoas migrando para a energia solar.


Além disso, quanto mais as concessionárias, o governo, as prefeituras, entre outros agentes, entrarem no mercado, utilizarem o sistema e divulgarem que estão utilizando, maior será a percepção de confiabilidade do consumidor.


Portanto, olhar para o passado nos permite entender os desafios superados, os acertos realizados e pode orientar decisões mais assertivas no futuro.


Aprender com a evolução tecnológica e as mudanças de mercado contribui para guiar estratégias que maximizam o potencial da energia solar.


Por isso, é primordial definir programas e incentivos, alinhados à política pública e à legislação vigentes para que o Brasil se consolide como referência mundial no aumento do uso de fontes alternativas, capazes de abastecer a crescente demanda energética da população, de atender grupos sem acesso a energia de qualidade e, ainda, mantendo a matriz altamente renovável.


A energia solar não é apenas uma solução para o presente, mas um pilar fundamental para um futuro energético mais limpo, justo e que ainda a veremos sendo amplamente utilizada.

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