80 ANOS DO FIM DA GUERRA

O esconderijo final: o que foi o Führerbunker

Hitler passou seus últimos dias no subsolo de um jardim, a 8 metros de profundidade, com paredes de 4 metros de espessura

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Por Júlio Moreira

No fim da Segunda Guerra Mundial, com Berlim em ruínas e os soviéticos cada vez mais perto, Adolf Hitler se escondeu debaixo da terra — literalmente. Foi ali, em um abrigo subterrâneo chamado Führerbunker, que o ditador nazista passou seus últimos dias, cercado por alguns aliados mais próximos e afundado em delírios sobre uma vitória impossível.

Localizado no subsolo do jardim da Nova Chancelaria do Reich, em Berlim, o bunker foi construído em 1936 e ampliado em 1944 para se tornar o centro do comando nazista nos momentos finais da guerra. Ele ficava a aproximadamente 8 metros de profundidade e era protegido por paredes de concreto com até 4 metros de espessura. A estrutura possuía dois níveis: o Vorbunker (nível superior) e o próprio Führerbunker (nível inferior), com cerca de 30 cômodos apertados, úmidos e sufocantes. O ambiente interno era marcado por umidade constante, má ventilação, iluminação artificial e um forte cheiro devido à falta de circulação de ar.

Apesar das condições insalubres, o espaço servia como abrigo antiaéreo e centro de comando do Terceiro Reich. Foi dali que Hitler continuou emitindo ordens e discursos, mesmo quando a derrota era evidente. Estavam com ele Eva Braun, Joseph Goebbels e sua família, Martin Bormann, secretárias, médicos, oficiais de segurança e até seu cachorro de estimação. No dia 30 de abril de 1945, sem saída e cercado pelo avanço soviético, Hitler se suicidou com um tiro na cabeça. Eva Braun, com quem havia se casado horas antes, ingeriu veneno. Conforme orientações deixadas por ele, os corpos foram queimados no jardim acima do bunker.

Após o fim da guerra, os soviéticos destruíram parcialmente a estrutura, e o local foi selado. Durante décadas, a localização exata foi mantida em silêncio, como forma de evitar qualquer tipo de culto à memória do ditador. Em 2006, uma pequena placa informativa foi instalada no local, hoje rodeado por prédios residenciais comuns.

O Führerbunker se tornou, ao longo do tempo, símbolo do colapso trágico e isolado de um regime construído à base de violência, fanatismo e terror — e um lembrete sombrio de até onde podem chegar os delírios autoritários. 

O testamento político de Hitler, assinado em seus últimos momentos

Na madrugada de 29 de abril de 1945, trancado no bunker de Berlim, Adolf Hitler ditou e assinou um documento de quatro páginas que ficaria conhecido como seu testamento político. Nele, declarou que permaneceria na capital alemã até a morte — decisão que cumpriria poucas horas depois. Logo nas primeiras páginas, Hitler volta a culpar a comunidade judaica internacional pela eclosão da guerra em 1939 e pela derrota iminente da Alemanha. Ele afirma que “é uma inverdade que eu ou qualquer outra pessoa na Alemanha queria a guerra em 1939”, e responsabiliza “estadistads internacionais de origem judia ou trabalhando em prol de interesses judeus” pela escalada do conflito.


No mesmo texto, Hitler nomeia um novo gabinete para dar continuidade à luta nazista: o almirante Karl Dönitz foi indicado como presidente do Reich, enquanto Joseph Goebbels assumiria o posto de chanceler. A versão final do documento foi testemunhada e assinada por figuras centrais do regime: Josef Goebbels, Wilhelm Burgdorf, Martin Bormann e Hans Krebs. Vinte e quatro horas depois, Adolf Hitler se suicidou em seu escritório subterrâneo. 

aviadora alemã Hanna Reitsch

aviadora alemã Hanna Reitsch

afp

O último voo de Berlim

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Nos últimos dias do Terceiro Reich, a famosa aviadora alemã Hanna Reitsch voou até Berlim para acompanhar Adolf Hitler em seu bunker. Determinada a permanecer até o fim, foi convencida por ele a fugir. Em 28 de abril de 1945, ao lado do coronel-general Ritter von Greim, ela deixou a cidade a bordo de um pequeno Fieseler Storch — o último avião a sair de Berlim antes da rendição.

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