A Arquitetura da crueldade

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JÚLIO MOREIRA

Os campos de concentração nazistas representam alguns dos capítulos mais sombrios da história da humanidade. Entre eles, Auschwitz, Buchenwald, Dachau e Bergen-Belsen se destacam tanto pela brutalidade dos eventos que ali ocorreram quanto por suas funções específicas no sistema repressivo do regime de Adolf Hitler.

Auschwitz
(Polônia)

Função principal: Campo de concentração e extermínio.

Inauguração: 1940.

Número estimado de mortos: Mais de 1,1 milhão.

Características: Auschwitz, localizado na Polônia ocupada, foi o maior e mais letal dos campos nazistas. Dividido em três partes principais (Auschwitz I, Auschwitz II-Birkenau e Auschwitz III-Monowitz), combinava as funções de prisão, trabalho forçado e centro de extermínio em massa. Birkenau, em especial, era o coração do genocídio com câmaras de gás e crematórios. Tornou-se símbolo do Holocausto e da brutal eficiência do projeto de extermínio nazista.


Buchenwald
(Alemanha)

Função principal: Campo de concentração e trabalho forçado

Inauguração: 1937

Número estimado de mortos: Cerca de 56 mil

Características: Situado próximo a Weimar, Buchenwald não foi um campo de extermínio formal como Auschwitz, mas seus prisioneiros — judeus, comunistas, ciganos, homossexuais e outras minorias — foram submetidos a tortura, trabalhos forçados e experimentos médicos. As condições eram desumanas, e muitos morreram de fome, doenças ou assassinados. Foi um dos primeiros campos libertados pelos Aliados em 1945, cujas imagens chocaram o mundo.

Dachau
(Alemanha)

Função principal: Campo de concentração (modelo)

Inauguração: 1933 (primeiro campo nazista).

Número estimado de mortos: Cerca de 41 mil

Características: Localizado perto de Munique, Dachau foi o protótipo para os demais campos nazistas. Inicialmente usado para prender opositores políticos, mais tarde recebeu judeus, padres, testemunhas de Jeová e homossexuais. Tornou-se um centro de treinamento da SS para administração de campos. Era marcado por trabalho forçado e experimentos médicos cruéis. Foi libertado pelas forças americanas em abril de 1945.


Bergen-Belsen
(Alemanha)

Função principal: Campo de concentração

Inauguração: 1943

Número estimado de mortos: Cerca de 50 mil

Características: Originalmente destinado a prisioneiros de guerra, Bergen-Belsen se tornou um campo de concentração onde milhares morreram de fome, doenças e maus-tratos, especialmente nos últimos meses da guerra. Não possuía câmaras de gás, mas as condições eram tão degradantes que se tornou um campo de morte por negligência e abandono. Foi ali que Anne Frank morreu, pouco antes da libertação pelas tropas britânicas em 1945.


OUTROS CAMPOS


Treblinka (Polônia) – Entre 700.000 e 900.000 judeus foram mortos. Foi o segundo campo mais letal após Auschwitz, dedicado exclusivamente ao extermínio na “Operação Reinhard”.

Belzec (Polônia) – Estima-se de 430.000 a 500.000 vítimas, quase todos judeus. Operou exclusivamente para assassinato em massa, como parte da mesma operação.

Majdanek (Polônia) – Com 78.000 a 130.000 mortos, funcionava como campo de concentração e extermínio. Foi um dos primeiros a ser libertado pelos soviéticos.

Sobibor (Polônia) – Cerca de 170.000 mortos. Destacou-se pela revolta dos prisioneiros em 1943, que levou ao encerramento do campo.

Mauthausen (Áustria) – De 90.000 a 100.000 vítimas. Era conhecido por trabalho forçado brutal, especialmente em pedreiras.

Ao todo, estima-se que mais de 6 milhões de judeus foram assassinados durante o Holocausto, além de centenas de milhares de ciganos, pessoas com deficiência, homossexuais, opositores políticos e prisioneiros de guerra soviéticos.

OURO NAZISTA

Durante a guerra, o governo alemão precisava de ouro para adquirir materiais e equipamentos de fornecedores estrangeiros que não aceitavam marcos como pagamento. Uma das fontes era o ouro de obturações dentárias tiradas de judeus e de prisioneiros de guerra soviéticos mortos. O metal era acondicionado em recipientes especiais, juntamente com armações de óculos, anéis e joias, e as cargas seguiam de trem para o Banco Central alemão em Berlim. As obturações eram então derretidas para formar lingotes enviados ao exterior, sobretudo por meio de bancos suíços, para as compras necessárias ao esforço de guerra alemão – os campos despacharam 76 cargas desse tipo durante o conflito. A verdadeira extensão desse comércio sinistro só foi descoberta em 1997, quando se realizou em Londres uma conferência para rastrear o ouro nazista.

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