Minas Gerais teve cerca de 200 medidas protetivas a mulheres solicitadas por dia, nos primeiros dez meses deste ano. É o que revela o balanço de dados das ações de segurança pública no estado, divulgado nesta terça-feira (16/12), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. Conforme os números, Minas apresentou queda nos crimes violentos, com destaque para homicídios e roubos, bem como nas tentativas de feminicídio e crimes sexuais. Por outro lado, foram formalizados mais de 60 mil pedidos de proteção contra a violência doméstica, e houve aumento de feminicídios consumados.
As informações foram confirmadas durante a coletiva de imprensa, na qual estiveram presentes o vice-governador do estado, Mateus Simões (PSD), o secretário da Sejusp, Rogério Greco, além de representantes da Polícia Militar de Minas Gerais, da PC, da Polícia Penal, da Defesa Civil (Cedec-MG) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG).
Segundo o levantamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que consolida casos de janeiro a outubro, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) formalizou mais de 60 mil pedidos de ações protetivas a mulheres. O número representa uma média de 6 mil emissões por mês e, portanto, cerca de 200 solicitações diárias.
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No enfrentamento à violência doméstica, os dados apontam que, entre 1º de janeiro e 30 de novembro deste ano, 17.945 agressores tiveram a prisão decretada, quantidade 18,52% maior do que as 14.621 prisões registradas no mesmo período de 2024. Também houve aumento de 16,35% no número de indiciamentos por esse tipo de crime.
Ainda de acordo com o balanço, os casos de feminicídios consumados saltaram de 135 para 139 (+2,93%), enquanto as tentativas registraram queda de 26,4%, saindo de 211 no ano passado para 155. Também caíram os crimes sexuais, como estupros consumados (de 1.196 para 1.096 = -8,4%) e tentados (de 184 para 160 = -13%), no mesmo período. Sobre a queda de casos tentados, Mateus Simões destacou “a abertura das mais de 12 delegacias especializadas no atendimento a esse público, inauguradas ao longo deste ano”.
Queda de ocorrências
Os dados também mostraram que as ocorrências de crimes violentos recuaram 21,3%, saindo de 27.503 para 21.663. Desse tipo, destacaram-se a redução dos homicídios consumados (-11,6%) e tentados (-23,3%) e dos roubos, sendo que os consumados saíram de 15.583 para os atuais 11.238 (-27,9%) e os tentados foram de 970 para 774 (-20,2%). Já os números de furtos tiveram leve baixa no mesmo período, passando de 183.428 para 175.175 (-4,5%).
“O uso da violência para tomar bens das pessoas em Minas Gerais é prática cada vez mais rara, e vamos continuar trabalhando para desconstituir o ambiente de insegurança com o uso de violência. Sobre a redução de furtos, chamo atenção para o fato de que tivemos um ano muito mais movimentado que o ano anterior. Conferências maiores, eventos maiores, mais movimentação de turismo, mais aglomerações e mais shows e eventos esportivos”, justificou o vice-governador.
Simões também ressaltou o combate ao crime organizado no estado. Foram realizadas 98 operações integradas, resultando na prisão, apreensão ou condução de mais de 5,6 mil pessoas, além da apreensão de armas de fogo e grandes volumes de drogas. Além disso, ações específicas de inteligência voltadas às facções criminosas permitiram isolar lideranças, identificar 659 foragidos ligados a organizações criminosas e bloquear ativos financeiros. Somente em 2025, cerca de 2,2 mil operações de inteligência foram realizadas com esse foco.
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Ele também mencionou o plano de transformar as unidades do sistema prisional em presídios especializados. “É para manter apenas faccionados, de forma que eles não se misturem com a população comum dos presídios e, assim, não batizem novos faccionados, para que a gente não transforme o presídio, como acontece em outros estados, em um centro de recrutamento das facções criminosas”, disse. A mudança vai contar com equipamentos tecnológicos, como bloqueadores, para, segundo ele, “manter bandido isolado do convívio”.
O que é violência doméstica?
É qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause dano físico, psicológico, sexual, moral ou patrimonial a uma mulher (ou a outro membro da família) dentro do ambiente familiar ou de uma relação íntima, caracterizada por um padrão de poder e controle, no qual a vítima sofre por ser mulher, podendo envolver desde agressões físicas (socos, tapas) até humilhações, controle financeiro, restrição de liberdade ou ameaças.
Confira os investimentos nas corporações:
PMMG
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3.800 novos PMs
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1.900 novas viaturas
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2.735 novos armamentos
PCMG
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51 novas delegacias
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233 novos policiais, para serem nomeados nos próximos dias
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1.592 novos armamentos
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132 novas viaturas
Corpo de Bombeiros
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293 novos bombeiros
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56.374 equipamentos
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134 novas viaturas
Polícia Penal
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R$ 52 milhões investidos para melhorias na infraestrutura do sistema prisional
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824 novas vagas geradas em 2025
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R$ 24 milhões de investimento em equipamentos em presídios (cerceamento digital, armamentos e veículos)
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3.400 policiais penais
