Nossa viagem por BH chega agora ao Centro. A Praça Sete nasceu na planta original da cidade como 14 de Outubro, numa referência à data de criação da Comissão de Estudos das Localidades Indicadas para a Nova Capital, e só mesmo na comemoração do centenário da Independência do Brasil (7/7/1922) ganhou o nome definitivo.
Em mais de 100 anos, foram muitas mudanças no espaço público, que teve bondes e assistiu à retirada de árvores e à construção do obelisco conhecido como Pirulito. Uma das intervenções mais importantes na área, segundo os especialistas, foi o fechamento dos quatro quarteirões, em 1971, medida para ordenar o trânsito e, principalmente, favorecer os pedestres. Em resumo, a iniciativa priorizou quem anda a pé em uma praça com cruzamentos em diagonal.
Vinte anos depois da chegada dos calçadões ao Centro, construídos durante o governo do prefeito Luiz Gonzaga de Souza Lima (de 1967 a 1971), os quatro espaços receberam nomes homenageando povos indígenas que vivem em Minas. São eles Krenak ou Crenaque (trecho da Rua dos Carijós, entre a praça e Rua São Paulo), Pataxó (Rua dos Carijós até a Rua Espírito Santo), Maxacali ou Machacali (Rua Rio de Janeiro até a Rua dos Tupinambás) e Xacriabá (Rua Rio de Janeiro até a dos Tamoios).
“A Praça Sete, com o Pirulito, é o coração de Belo Horizonte, representa o Centro da cidade. Todo mundo sabe que ali é BH”, aponta o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Juliano Lopes, admirador também da Serra do Curral e Lagoa da Pampulha.
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Popular e plural
A Praça da Estação, por sua vez, traz oficialmente o nome de Rui Barbosa, em homenagem ao baiano (1849-1923), grande nome da história do Brasil nos campos do direito, política e diplomacia, entre outras frentes de trabalho. Ao passar pelo espaço público, muitos nem imaginam que, no lugar do elegante prédio ocupado hoje pelo Museu de Artes de Ofícios, havia outro em escala menor.
Conforme as pesquisas, a área perto do Ribeirão Arrudas, escolhida pela Comissão Construtora da capital foi considerada ideal para construção da Estação Central, a qual, curiosamente, teve “vida” curta. Erguida em 1898, um ano após a inauguração de BH, logo se mostrou insuficiente para o fluxo de movimento – com apenas 22 anos, saiu de cena. Em 1920, começou a demolição para se erguer um amplo prédio em BH, “mais condizente com a sua condição de capital em processo vertiginoso de crescimento”, conforme se vê nos estudos do Iepha.
Assim, a primitiva estação foi substituída, sendo a nova inaugurada em 1922, com projeto de Caetano Lopes, engenheiro-chefe da construção, e desenho do arquiteto Luiz Olivieri. O projeto original sofreu modificações propostas pelo Chefe da Seção de Construção, Pires e Albuquerque sem, contudo, perder as características iniciais.
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“Popular e plural, a Praça da Estação é também território de chegadas e partidas, um lugar onde BH mostra quem é”, ressalta o presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), Durval Ângelo, para quem a “cara” de BH está ainda no Mercado Central e na Serra do Curral.
