Aniversário de BH: confira a história que antecede a criação da capital
Em 1711, a criação do Arraial do Curral del-Rei foi o primeiro passo para a cidade que hoje respira inovação, mas sem esquecer suas tradições históricas
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No aniversário de 128 anos da capital dos mineiros, o Estado de Minas ouviu belo-horizontinos de nascimento e “de coração” para saber qual local tem a “cara” da cidade. Entre bairros, ruas, comércios, parques, igrejas, construções, patrimônios e belezas naturais, o mapa afetivo de Belo Horizonte traça pontos e marcos do arraial que se transformou em metrópole. Nesse roteiro de memórias e preferências, o Mercado Central, que reúne em seus corredores a diversidade de Minas, aparece em primeiro lugar, seguido da Praça da Liberdade e da Serra do Curral.
Para entender melhor o voto das pessoas ouvidas pelo Estado de Minas, é preciso conhecer a história de BH - que fez aniversário nessa sexta-feira (12/12) - desde os primórdios e descobrir os principais monumentos naturais ou erguidos pela mão humana. Então, vamos viajar pela cidade, no tempo e no espaço?
Começando pelo início do século 18, quando chega a essas terras o bandeirante paulista João Leite da Silva Ortiz (nascido em 1674), que recebeu as sesmarias da qual nasceu a Fazenda do Cercado. Em 1711, a propriedade se tornava Arraial do Curral del-Rei e, posteriormente (1714), Freguesia de Nossa Senhora da Boa Viagem do Curral del-Rei.
Bem mais tarde, após a Proclamação da República (1889), quando João Pinheiro (1860-1908) presidida o estado, foi que surgiu pela primeira vez o nome Belo Horizonte, mais especificamente Arraial de Belo Horizonte. Criada em 1894, a Comissão Construtora da Nova Capital, chefiada pelo engenheiro Aarão Reis (1853-1936), teve aprovada, no ano seguinte, a planta com o nome de Cidade de Minas. Em 12 de dezembro de 1897, na inauguração, o nome se mantém, e só em 1901 Belo Horizonte passa a ser adotado definitivamente.
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Mantendo o “fio da meada” dessa história, o leitor pode saber de uma vez sobre a Serra do Curral, escolhida símbolo de BH pela população e parte da Reserva da Biosfera do Espinhaço, título concedido pela Unesco (agência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Denominada Serra das Congonhas, bem antes do nome atual, a Serra do Curral figura no brasão da capital e se integra à vida belo-horizontina como paisagem natural.
O maciço tem tanta importância que, na época da construção de BH, a comissão chefiada por Aarão Reis fez lá estudos minuciosos sobre os aspectos biofísicos para nortear o projeto. Nos levantamentos, a equipe detalhou informações sobre solo, nascentes, qualidade das águas, direção dos ventos, regime de chuvas, temperatura e outros fatores que interferiam no antigo Curral del-Rei.
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Urbanista e professor da UFMG, Roberto Andrés é fã número 1 da Serra do Curral. “Marco original do território de Belo Horizonte, foi eleita pela população o maior símbolo da capital. Além de emoldurar a cidade, consiste em elemento importante de recarga hídrica e proteção de espécies e é dos poucos lugares que guardam o nome de Curral del-Rei, arraial demolido para a construção de BH”.