ESPECIAL BH 128 ANOS

Aniversário de BH: memórias da Pampulha e do Parque Municipal

Seguindo o rumo do crescimento de Belo Horizonte, a Pampulha, as praças e os parques da Região Central da cidade contam a evolução da capital dos mineiros

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Em 2026, os mineiros vão comemorar dez anos do título duplo conquistado pela Pampulha. Em 17 de julho de 2016, o Conjunto Moderno, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), foi reconhecido como Patrimônio Mundial, e o espelho d’água, Paisagem Cultural; ambos concedidos pela Unesco (agência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). As águas interligam o patrimônio edificado na década de 1940, quando o mineiro de Diamantina, Juscelino Kubitschek (1902-1976), era prefeito da capital.

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O Conjunto Moderno reúne Casa do Baile/Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design, Museu de Arte da Pampulha (MAP), antigo cassino, cujas obras de restauração devem começar em abril de 2026, com previsão de dois anos para término dos serviços, Iate Tênis Clube e a Igrejinha, rebatizada de Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis da Pampulha.

Conjunto arquitetônico declarado de “valor universal excepcional” pela Unesco, a Pampulha guarda marcas notáveis do paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), do artista plástico Cândido Portinari (1903-1962), do escultor Alfredo Ceschiatti (1918-1989) e de Paulo Werneck (1903-1962), responsável, na parte externa, pelo revestimento em pastilha na Igrejinha. A proteção vem em níveis federal, estadual e municipal.

“A Pampulha é um ‘must’! Pôr do sol, as manhãs de domingo, tanta gente passeando, as corridas, o Parque Guanabara (as crianças gritando), as garças (não tantas), os marrecos, a estória do jacaré”, declara-se Maria Elvira de Sales Ferreira. Ela é admiradora também da Savassi e da Praça Sete.


Mais velho do que a cidade

Três meses mais velho do que BH, pois foi inaugurado em 26 de setembro de 1897, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, área verde sob gestão da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), foi inspirado em espaços públicos franceses no período da belle époque e projetado, no fim do século 19, pelo arquiteto e paisagista francês Paul Villon. Os 182 mil metros quadrados de área abrigam rica biodiversidade, com diferentes espécies de plantas, nascentes, fauna silvestre e vasta vegetação, o que contribui para amenizar o clima da região central e faz do espaço o “pulmão da cidade”.

O que pouca gente talvez saiba é que, originalmente, o parque tinha uma área de 600 mil metros quadrados. Ao longo dos anos, contribuindo para a urbanização da cidade, perdeu espaço para diversas construções como a Faculdade de Medicina da UFMG, o Centro de Saúde do Estado, Moradia Estudantil Borges da Costa, Colégio Imaco, Palácio das Artes, dentre outros. Para moradores e visitantes, há muitos atrativos, como o Teatro Francisco Nunes, monumentos históricos (busto de Anita Garibaldi, bustos de Aarão Reis, Afonso Pena, Augusto de Lima e Bias Fortes), e equipamentos esportivos.


Emoções no palco e no gramado


Radialista, comunicador e apresentador há 38 anos do programa “Bazar Maravilha”, na Rádio Inconfidência, Tutti Maravilha enxerga no Teatro Francisco Nunes, equipamento do Parque Municipal, a “cara” de BH. “Na década de 1970, eu trazia shows e espetáculos para cá. Com isso, vivia no ‘Chico Nunes’, era minha segunda casa”. As boas lembranças de Tutti se voltam também para a Praça da Estação (Praça Rui Barbosa) e o boteco Brasil 41: “Onde tomei todas destilando as emoções”.

Nos gritos de gol ou xingando “a mãe do juiz” – com todo respeito, claro – o Mineirão (Estádio Governador Magalhães Pinto) tem um “caso de amor” com BH. Aos 60 anos completados em 5 de setembro, o templo do futebol, apelidado “Gigante da Pampulha” – e hoje arena de múltiplas atividades, incluindo grandes shows internacionais –, conquistou o coração de torcedores de todos os times, mesmo sendo lá a fatídica derrota do Brasil, na Copa de 2014, para a Alemanha, por 7 a 1.

“Nenhum lugar de BH foi cenário para tantas emoções coletivas. Alegrias e tristezas acumuladas nos milhares de gols marcados e nas dezenas de campeonatos decididos dentro daquelas quatro linhas. Deus me deu oportunidade de testemunhar grande parte dessas emoções”, diz o prefeito Álvaro Damião, também jornalista especializado em cobertura esportiva.

Os arcos do viaduto


Olhares atentos sobre a cidade, percepções ao longo de décadas, conversas ao sol ou sob a luz da lua. Habitar a metrópole é conviver, trabalhar, sair para se divertir e também conhecer os símbolos e espaços urbanos. Na lista dos Dez Mais, se encontra um monumento cantado em prosa e verso: o Viaduto Santa Tereza, inaugurado em 1929 e consolidado ao longo de décadas como um dos símbolos de Belo Horizonte. Projetado pelo engenheiro Emílio Baumgart (1889-1943), ligando a Região Leste ao Centro, o viaduto tem 390 metros de extensão, sendo um dos primeiros do país a usar concreto armado em sua estrutura.

Desde a inauguração, com seus arcos, o Santa Tereza passou a fazer parte da vida cultural da cidade. Agora, quase um século depois, os 37 postes e as 74 luminárias em estilo republicano, que compõem a identidade da construção, passam por um processo de restauração. Quem já leu “O encontro marcado”, do escritor belo-horizontino Fernando Sabino (1923-2004), sabe que uma das passagens do romance mostra um grupo de amigos subindo nos arcos do viaduto.

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A escritora Carla Madeira, autora de “Tudo é rio”, “A natureza da mordida” e “Véspera”, coloca o viaduto entre seus três espaços favoritos. “Morei muitos anos no Bairro Floresta e atravessei muito o viaduto. Além disso, tem a coisa dos escritores. É muito legal que a área da Rua Sapucaí esteja sendo destinada às pessoas e aos encontros. Tem um significado especial, a simbologia de uma efervescência cultural da literatura.”

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