VÂNDALOS

BH: estátua de Roberto Drummond é derrubada na Savassi

Monumento em homenagem ao autor de "Hilda Furacão", considerado patrimônio cultural do município, já foi alvo de vandalismo em 2022

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A estátua de bronze do escritor Roberto Drummond, autor de "Hilda Furacão", foi encontrada caída na Praça da Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (22/12). Até o momento, não estão claras as circunstâncias do vandalismo, mas imagens de circuitos internos de câmeras de segurança mostram três homens no local, por volta de 1h30, que podem estar envolvidos na ação.

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A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) já recolheu a estátua. "A Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte informa que, durante patrulhamento na madrugada desta segunda-feira, agentes constataram que a estátua do escritor Roberto Drummond estava caída. A ocorrência foi devidamente registrada e encaminhada à Polícia Civil (PCMG) para as providências legais cabíveis", informou o Executivo municipal em nota enviada ao Estado de Minas. A PCMG informa que a ocorrência de dano ao patrimônio público foi registrada e que apura os fatos. Até o momento, nenhum suspeito foi conduzido à delegacia.


A Secretaria Municipal de Cultura esclarece ainda que enviou a estátua para o artista responsável pela obra, Leonardo Santana, a quem caberá uma avaliação para restauração e reinstalação. O artista conta que o monumento será recebido ainda nesta segunda-feira na fundição onde trabalha, em Contagem, na Grande BH, para onde vai nesta terça-feira (23/12) para averiguar os danos e o que precisará ser feito.

O incidente levanta novamente o debate sobre a preservação do patrimônio cultural na capital mineira. O conjunto de esculturas da Savassi tem sido alvo frequente de depredações. Em 2022, a imagem de Drummond foi pichada por um homem com spray, mesmo ano em que a estátua de Henrique Lisboa teve os braços arrancados e os olhos pintados de vermelho.

Após passarem por um rigoroso processo de restauração, as peças haviam sido devolvidas ao convívio público em 2023.

Ao longo dos últimos anos, o escultor tem sido acionado pela PBH para criar estátuas de diversos nomes representativos da história de Belo Horizonte e do estado, que estão espalhados pela cidade – são 20, além da estátua de Roberto Drummond, que já há mais de duas décadas tem seu lugar cativo na Savassi.

Entre eles, Leonardo cita as estátuas dos escritores Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava, no Centro, Fernando Sabino e seus amigos Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino, ícones da literatura brasileira, na porta da Biblioteca Pública Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade, perto de onde também está, nos jardins, o escritor  Murilo Rubião.

Ele é o criador ainda das estátuas da antropóloga e filósofa Lélia Gonzalez e da escritora e compositora Carolina Maria de Jesus, no Parque Municipal, e outras obras na Praça da Assembleia e no Minas Tênis Clube I, por exemplo. Todos os trabalhos sempre em tamanho real.

A escultura mais recente, inaugurada em novembro, é a do ex-prefeito Fuad Noman, instalada na praça que recebeu seu nome, na Avenida Afonso Pena. A peça em bronze mede 1,75m x 0,60m e pesa 150 quilos. Instalada sem base, no mesmo nível da calçada, fica mais próxima e em interação com o público.

"Os monumentos são um registro de nossos valores, de nossa cultura, evidenciam a riqueza que somos, a riqueza cultural, das pessoas que formataram a cidade, também nos aspectos político e social. São pessoas significativas para a cidade, que mostram aos que virão a razão de estarem ali, representando nossas potencialidades", diz Leonardo, cujas mãos eternizaram também personalidades brasileiras por todo o país.

Roberto Drummond

Roberto Drummond (1933-2002) é uma das figuras literárias mais importantes de Minas Gerais e sua estátua, instalada em um dos pontos mais movimentados da cidade, é considerada patrimônio cultural do município.

Nome celebrado da literatura brasileira, permanece vivo no imaginário popular através de suas obras. Natural de Ferros, o escritor alcançou o auge da popularidade com o romance Hilda Furacão (1991), que se tornou fenômeno nacional após a adaptação para minissérie em 1998.

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Mas o reconhecimento crítico veio muito antes. Em 1975, Roberto Drummond conquistou o Prêmio Jabuti como autor revelação por A morte de DJ em Paris. O autor faleceu em Belo Horizonte, aos 68 anos.

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