Morte de gari: delegada esposa de Renê tem licença médica prorrogada
Ana Paula Lamego, afastada desde agosto passado, seguirá de licença até fevereiro de 2026
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A delegada Ana Paula Lamego Balbino, esposa de Renê da Silva Nogueira Júnior, réu pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, teve a licença médica prorrogada novamente. A informação foi publicada na edição desta quinta-feira (11/12) do Diário Oficial de Minas Gerais.
Ana Paula está afastada desde 13 de agosto, sempre com concessões de 60 dias. Com a nova prorrogação, o período total chegará a 180 dias. Caso não haja nova renovação, ela deverá retornar às atividades em 9 de fevereiro de 2026. O advogado da delegada Leonardo Avelar, afirmou que a junta médica da Polícia Civil decidiu que ela não está apta para o trabalho. "Estaria justificada assim a prorrogação da sua licença para tratamento de saúde", destaca.
Recentemente, Renê da Silva, acusado pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, em 11 de agosto, no Bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte (MG), afirmou que o crime foi fruto de uma “guerra de facções” do Cabana do Pai Tomás, bairro vizinho.
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A afirmação foi feita logo após o empresário reafirmar que não disparou contra os servidores da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) na Rua Modestina de Souza. Renê foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo, ameaça e fraude processual. A Justiça aguarda as alegações finais de seus advogados para decidir se o caso será julgado em júri popular.
Em entrevista à TV Record, o empresário afirmou que a Polícia Civil de Minas Gerais precisa voltar suas investigações para o Cabana do Pai Tomás. Ele ainda relata que o local é dominado por uma facção e que já foi abordado por homens armados. “Não estou falando que todo mundo na comunidade tem envolvimento, muito pelo contrário [...] À primeira vista, quando eu vi isso disse: ‘Isso foi uma guerra de facção’”.
Desde o momento de sua prisão, o empresário já apresentou várias versões sobre o que teria acontecido na manhã de 11 de agosto. Em um primeiro momento, Renê negou que teria cometido o crime e passado pelo local no dia. No entanto, o álibi foi derrubado pelas investigações que obtiveram imagens nítidas do carro do suspeito e dele guardando a arma de sua esposa, delegada da PCMG, em uma mochila.
Como o crime aconteceu?
- Equipe de coleta de lixo trabalhava na Rua Modestina de Souza, Bairro Vista Alegre, em BH, na manhã do dia 11 de agosto.
- Motorista do caminhão, Eledias Aparecida Rodrigues, 42 anos, manobra para liberar passagem, após ver uma fila de carros se formar atrás dela.
- Eledias e os garis acenam para Renê da Silva, que dirigia um carro BYD, permitindo a passagem.
- O suspeito abaixa a janela e grita que, caso encostasse em seu veículo, ele iria "dar um tiro na cara" da condutora.
- Na sequência, ele segue adiante, estaciona, sai do carro armado; derruba o carregador, recolhe e engatilha pistola, segundo o registro policial.
- Ele faz um disparo que atinge Laudemir no abdômen.
- O gari é levado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, na Grande BH, mas morre por hemorragia interna.
- No local, PM recolhe projétil intacto de munição calibre .380.
- Horas após o crime, a PM localiza e prende Renê no estacionamento de academia na Av. Raja Gabaglia.
- Flagrante convertido em prisão preventiva em audiência de custódia, no dia 13 de agosto, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais
- Renê está preso no Presídio de Caeté, Grande BH