CRIME VIOLENTO

Morte de Gari: entre sorrisos, Renê afirma que não ameaçou motorista

Renê da Silva Nogueira Júnior está preso desde 11 de agosto. Ele é réu pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes

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Renê da Silva Nogueira Júnior, réu pela morte de Laudemir de Souza Fernandes, confessou que discutiu com os garis que estavam na Rua Modestina de Souza, no Bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte, no dia do crime, mas negou que ameaçou a motorista do caminhão de coleta. O homem também responde criminalmente pela ameaça à condutora. Os crimes aconteceram em 11 de agosto.

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Em seu depoimento à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a condutora do caminhão de coleta, identificada como Eledias Aparecida Rodrigues, afirmou que enquanto recebia as instruções dos funcionários para manobrar o veículo e conseguir ceder passagem ao réu, Renê pegou uma arma preta, fez movimento para engatilhar a arma e apontando para ela disse: “Se você esbarrar no meu carro eu vou dar um tiro na sua cara, dúvida?”.

Diante das ameaças feitas à colega, uma segunda testemunha afirmou que os demais trabalhadores tentaram acalmar o suspeito e pediram que ele seguisse seu caminho. Mesmo assim, segundo o boletim de ocorrência, o homem desembarcou com a arma em punho, deixando o carregador cair. Ele então o recolocou, manobrou a arma e efetuou um disparo em direção à vítima. Laudemir chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Santa Rita, no Bairro Jardim Industrial, em Contagem, mas faleceu.

Em entrevista a TV Record, o empresário afirmou que é “impossível” que as ameaças tenham sido ditas por ele. A afirmação foi dita entre risos, o que gerou questionamentos, por parte do jornalista Roberto Cabrini, que perguntou se o réu acha o assunto sarcástico ou engraçado. Em resposta, Renê afirmou que estava com sede. “Não, não foi sorriso. Eu tô com a boca seca, com sede”.

Renê ainda alega que chegou a discutir com os garis, mas que o teor de sua fala teria sido apenas para indicar que seu carro não passaria no local. “Eu jamais faria isso [ameaçar a motorista]. Os depoimentos se contradizem [...] Com o compactador ligado, eu no carro, embaixo. Para falar com uma pessoa porque demorou segundos que eu a mataria. Jamais faria isso. Muito pelo contrário”, afirmou.

Mudança de versões

Desde o momento de sua prisão, o empresário já apresentou várias versões sobre o que teria acontecido na manhã de 11 de agosto. Em um primeiro momento, Renê negou que teria cometido o crime e passado pelo local no dia. No entanto, o álibi foi derrubado pelas investigações que obtiveram imagens nítidas do carro do suspeito e dele guardando a arma de sua esposa, delegada da PCMG, em uma mochila.

Após a divulgação das gravações, o investigado, em novo depoimento, confessou que estava no local e disparou a arma da esposa. Conforme registrado no termo de declaração da oitiva, pela PCMG, Renê afirmou que essa teria sido a primeira vez que pegou a pistola .380, de uso particular da mulher. Ainda segundo a nova versão, ele teria feito isso para se proteger por “estar indo para um local perigoso” e por não conhecer o caminho. A arma, então, seria “para proteção”.

Em seu último depoimento, durante a audiência de instrução, na quarta-feira (26/11), o empresário afirmou que sua confissão foi feita sob ameaça de dois delegados da Polícia Civil de Minas Gerais. E que nunca disparou a arma da esposa.

“Eu não mudei minha versão. É que na realidade é que nós estamos dentro de um processo legal. Não, eu não tenho relatado nada para ninguém, eu não tenho acesso a ninguém. Infelizmente elas estão erradas. Eu não gostaria de fazer um ajuste a minha versão, porque estou falando a verdade”, disse à TV Record.

Em relação ao motivo de estar armado no dia da morte de Laudemir, Renê afirmou que decidiu manter o artefato no carro depois que sofreu ameaças de um antigo sócio que tem relação com o jogo do bicho. O réu ainda afirmou que na época registrou um boletim de ocorrência relatando a situação.

Ele ainda afirmou que, no dia, ao sair de casa, ficou cerca de 30 minutos parada no trânsito para sair do bairro onde mora e que “teve a oportunidade de atirar em outras pessoas, mas não o fez”. Além disso, ele afirmou que jamais atiraria em alguém por estar parado no trânsito.

Como o crime aconteceu?

  • Equipe de coleta de lixo trabalhava na Rua Modestina de Souza, Bairro Vista Alegre, em BH, na manhã do dia 11 de agosto.
  • Motorista do caminhão, Eledias Aparecida Rodrigues, 42 anos, manobra para liberar passagem, após ver uma fila de carros se formar atrás dela.
  • Eledias e os garis acenam para Renê da Silva, que dirigia um carro BYD, permitindo a passagem.
  • O suspeito abaixa a janela e grita que, caso encostasse em seu veículo, ele iria "dar um tiro na cara" da condutora.
  • Na sequência, ele segue adiante, estaciona, sai do carro armado; derruba o carregador, recolhe e engatilha pistola, segundo o registro policial.
  • Ele faz um disparo que atinge Laudemir no abdômen.
  • O gari é levado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, na Grande BH, mas morre por hemorragia interna.
  • No local, PM recolhe projétil intacto de munição calibre .380.
  • Horas após o crime, a PM localiza e prende Renê no estacionamento de academia na Av. Raja Gabaglia.
  • Flagrante convertido em prisão preventiva em audiência de custódia, no dia 13 de agosto, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais
  • Renê está preso no Presídio de Caeté, Grande BH

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