Quatro homens, de 21, 24, 29 e 34 anos, foram presos nessa quinta-feira (27/11) suspeitos de integrar uma quadrilha especializada no desvio de eletrodomésticos da empresa Suggar, no Bairro Pilar, Região do Barreiro, em Belo Horizonte (MG). Segundo representante da empresa, o prejuízo causado pelo esquema chega a aproximadamente R$ 1 milhão.

De acordo com a Polícia Militar, o caso começou depois do diretor financeiro da empresa constatar, há cerca de cinco meses, o desaparecimento de mercadorias de alto valor, como tanquinhos, depuradores e fogões, que passaram a ser comercializados em sites de revenda.

As mercadorias eram retiradas mediante notas fiscais falsas, com participação de funcionários envolvidos no esquema. Na noite dessa quinta-feira, o diretor estacionou o carro próximo a empresa e passou a monitorar a movimentação nas proximidades para descobrir qual funcionário realizava o crime. Ele flagrou um caminhão carregando produtos de forma suspeita. Ao perceberem a presença dele, os envolvidos fugiram para dentro do bairro.

O motorista do caminhão, contratado por aplicativo, suspeitou da fuga e acionou a segurança da empresa, que chamou a polícia. Ele relatou que havia sido contratado para transportar 84 fogões que seriam entregues no Bairro Alvorada, em Betim (MG).

Durante as investigações no aplicativo de mensagens do condutor, a PM identificou como principal articulador do esquema um ex-funcionário desligado da Suggar no mês anterior. Ele foi localizado e, ao chegarem à residência, os policiais militares foram atendidos pela avó do suspeito, que permitiu a entrada da guarnição. Dentro do imóvel, o homem foi localizado dormindo. Ele recebeu voz de prisão e confessou que intermediava o contato com compradores, exigindo participação no lucro.

As investigações revelaram ainda a participação de outro ex-funcionário e de um indivíduo que seria o responsável pela expedição e adulteração das notas fiscais da Suggar. A comunicação ocorria apenas por meio de mensagens de visualização única, justamente para não deixar rastros. Através das conversas no aplicativo de mensagens, a polícia chegou ao quarto suspeito, que admitiu ser quem recebia a carga por cerca de R$ 37 mil, valor bem inferior ao real, estimado em R$ 66 mil. O acordo previa o pagamento de uma entrada de R$ 14 mil, com o restante quitado após a venda dos produtos.

O grupo criminoso usava notas fiscais falsas e causou prejuízo de cerca de R$ 1 milhão a Suggar

PMMG/Reprodução

Todos os envolvidos foram presos e encaminhados à Delegacia da Polícia Civil. O caminhão utilizado no transporte foi apreendido com 48 fogões, além de um depurador e uma lavadora. Quatro celulares dos suspeitos também foram apreendidos. As investigações continuam para identificar outros possíveis participantes do esquema.

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A empresa foi procurada pelo Estado de Minas, mas não se manifestou até o fechamento desta matéria. A reportagem também acionou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) para obter os números de estelionato e receptação em Belo Horizonte e no estado, mas ainda não recebeu retorno.

Quadrilha que desviava eletrodomésticos de empresa é presa em BH

PMMG/Reprodução

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