Mais de dois meses após o homicídio da advogada criminalista Kamila Cristina Rodrigues dos Santos, de 32 anos, as investigações continuam, e até o momento nenhum suspeito de cometer o crime foi preso, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Ela foi morta com 20 tiros no Bairro Ermelinda, Região Noroeste de Belo Horizonte, no dia 22 de setembro. 

Kamila Cristina foi morta quando chegava em casa, onde morava com o companheiro. Além de atuar como advogada, ela trabalhava na distribuidora de bebidas do namorado. No momento do crime, ela estava numa Fiorino amarela, usada para fazer entregas da empresa. O autor chegou em um carro, cercou a mulher entre um veículo e a calçada, disparou e fugiu em seguida.

À época, a PCMG trabalhava com pelo menos duas hipóteses para o crime. Uma delas, a de que o autor é um cliente insatisfeito com o trabalho do escritório da advogada. Outra hipótese é que o crime tenha sido cometido pelo ex-marido, que é ex-presidiário.

“Em guerra”

Após o homicídio de Kamila Cristina Rodrigues, viralizou nas redes sociais um vídeo dela dizendo: “eu ‘tô’ de guerra”. A data de publicação da gravação é incerta. Não se sabe se a gravação tem relação com o assassinato.

“Boa noite, gente. Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa de luz, uma pessoa legal até certo ponto. Então, ‘tô’ botando aqui porque fofoqueiro tem um monte, né? Então, já pode passar o recado. Eu ‘tô’ de guerra, tá. Então, começou com história triste, com mimimi, com a put* que pariu, vai pra desgraça ‘pra’ lá. Eu estou de guerra e com quem eu ‘tô’ sabe, entendeu?”, afirma a advogada no vídeo.

“Mas como não me atende, como não me retorna, então é isso, porque daqui a pouco tá ‘ai, ai, ai, meu c* tá doendo’. E você pode saber, fui eu. Beleza. Fui eu. Eu não tô ameaçando. Eu tô avisando que eu vou fazer”, diz ainda em vídeo. 

Comissão da OAB 

Uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais (OAB-MG) foi criada para acompanhar as investigações do assassinato da advogada criminalista. 

De acordo com a portaria publicada pela entidade, a comissão foi criada com "a finalidade de acompanhar e apoiar, no que couber à OAB, os trâmites relacionados à apuração e responsabilização criminal pelo assassinato da Dra. Kamila". O documento também estabelece as atribuições legais e institucionais da comissão, que são as seguintes: 

  1. Promover o levantamento de informações e dados junto às autoridades competentes sobre as circunstâncias do crime que vitimou a advogada Dra. Kamila Cristina Rodrigues dos Santos;
  2. Representar a OAB/MG, quando necessário, nos atos processuais e diligências relacionados ao caso, zelando pela dignidade e segurança do exercício da advocacia;
  3. Elaborar relatório circunstanciado, com pareceres técnicos e jurídicos, propondo, inclusive, eventuais medidas institucionais ou judiciais que se façam necessárias;
  4. Atuar, se requerido e admitido nos autos, como assistente da acusação, observando os limites da legislação vigente e do Estatuto da Advocacia.
 
compartilhe