A cena de um ouriço-cacheiro derrubando objetos em uma casa de Patos de Minas (MG), no Alto Paranaíba, nessa segunda (24/11) viralizou nas redes sociais. O episódio ilustra um fenômeno cada vez mais comum em Minas Gerais; o aumento da presença de animais silvestres em áreas urbanas. O próprio Corpo de Bombeiros confirma o crescimento no número de chamados para resgates do tipo em todo o estado.

Essa invasão não ocorre por acaso. A principal razão é a redução e a fragmentação do habitat natural desses animais. Com a expansão desordenada das cidades, loteamentos e condomínios avançam sobre áreas de mata, cerrado e campos, que antes serviam de lar e fonte de alimento para diversas espécies.

As queimadas, que se intensificam no período de seca em Minas Gerais, agravam o cenário. O fogo destrói a vegetação, elimina fontes de água e comida e força os animais a fugirem para onde encontram abrigo e sustento, que muitas vezes são os quintais e as casas das cidades vizinhas.

Atraídos pelo lixo, por restos de comida ou até mesmo pela ração de animais domésticos deixada em locais abertos, bichos como ouriços, gambás, micos e até mesmo cobras e pequenas aves de rapina encontram nas áreas urbanas uma fonte fácil de alimento.

O que fazer ao encontrar um animal silvestre?

Encontrar um animal silvestre em casa ou no quintal pode ser assustador, mas é fundamental agir com calma e segurança. A orientação principal é nunca tentar capturar o bicho por conta própria. Animais acuados podem se tornar agressivos para se defender e também podem transmitir doenças.

Siga os passos corretos para garantir a segurança de todos:

  • Mantenha distância: afaste crianças e animais de estimação do local. Observe o animal de longe e evite movimentos bruscos que possam assustá-lo.

  • Isole o animal: se for possível e seguro, feche as portas e janelas do cômodo onde ele está para evitar que ele se desloque para outras partes da casa.

  • Chame ajuda especializada: entre em contato imediatamente com o Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193, ou com a Polícia Militar de Meio Ambiente de sua cidade. Apenas eles têm o treinamento e os equipamentos necessários para realizar o resgate de forma segura.

  • Não alimente: jamais ofereça comida ou água. Isso pode ser prejudicial à saúde do animal e incentivá-lo a retornar ao local ou a perder o medo de humanos, o que aumenta os riscos de acidentes futuros.

Quando e como procurar ajuda profissional

  • Se o animal estiver machucado, doente ou em perigo: Entre em contato imediatamente com a Polícia Militar Ambiental (181 ou 190), o Corpo de Bombeiros (193) ou a Guarda Municipal (153).

  • Se for uma entrega voluntária: Se você tem um animal silvestre que não pode mais cuidar, a entrega a um órgão ambiental autorizado (como um centro de triagem) é a única opção legal.

  • Para denúncias de maus-tratos ou cativeiro ilegal: Use os números 155 do Governo de Minas Gerais ou 181 da Polícia Militar. 

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Após o resgate por equipes especializadas, os animais são frequentemente encaminhados para os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetras). Nesses locais, eles passam por avaliação veterinária, recebem os cuidados necessários e, sempre que possível, são reabilitados para serem devolvidos com segurança ao seu habitat natural.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

*Estagiária sob supervisão do editor João Renato Faria

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