Investigações que tiveram início em março do ano passado resultaram na primeira fase da “Operação Creme de la Creme”, realizada na manhã desta quinta-feira (13/11), por policiais do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc), por meio da 2ª Delegacia Especializada de Combate ao Narcotráfico, que cumpriu mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte, Contagem, Sarzedo, Nova Lima, Pará de Minas e Brumadinho, com a apreensão de drogas chamadas de alto teor, as mais caras do mercado - skunk, haxixe, MDMA ou ecstasy - avaliadas em mais de R$ 1 milhão, e na prisão de quatro traficantes, Henrique, de 27 anos, Leonardo, de 28, Sávio, de 30 e João, de 31. No total, foram apreendidos 13 quilos dessas drogas.
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A operação foi coordenada pelos delegados Rodrigo Bustamante, chefe do Denarc, e Sérgio Paranhos Belizário, da 2ª Delegacia, que consideram a ação bastante exitosa, anunciando que as investigações continuam.
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A droga, de alto custo, era destinada, segundo o delegado Sérgio Paranhos, a pessoas de alto poder aquisitivo. “Elas eram vendidas a pessoas da alta sociedade e mesmo a pessoas de classe média. Não é uma droga que seja consumida pela população de baixa renda. São drogas muito consumidas em festas rave.”
A operação
A PCMG deflagrou hoje (13) a operação Creme de la Creme, que teve como foco o combate ao tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro. Nas investigações, segundo o delegado Sérgio Paranhos, o foco foi a venda e a distribuição de drogas sintéticas, não só em Belo Horizonte, na Região Metropolitana, mas em outras cidades do interior do estado.
Os policiais descobriram a existência de uma organização criminosa altamente estruturada, também voltada à lavagem de dinheiro. Nesta primeira fase da operação, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão nas sete cidades já citadas pelo delegado. “Além disso, foi determinado o bloqueio de valores pertencentes aos investigados, que podem chegar a R$ 50 milhões”, afirma o delegado Sérgio Paranhos.
Segundo ele, a ação evidencia o intenso trabalho desenvolvido pelos policiais no combate ao tráfico de drogas e na desarticulação de organizações criminosas de qualquer natureza, reafirmando o compromisso da instituição com a segurança pública e a Justiça. “Essa investigação teve início em março do ano passado, ou seja, estamos trabalhando ativamente já há um ano e oito meses e obtivemos um ótimo resultado nessa primeira fase.” Participaram da operação 150 policiais civis.
Prisões e apreensões
Ao longo desses 20 meses de investigações, foram apreendidos vários veículos. “A maioria são motos, pois muitos dos investigados diziam ser motoboys, uma forma de despistar a polícia”, conta o delegado Sérgio Paranhos.
Logo no início das apurações, segundo o policial, foi detectado de que se tratava de uma organização criminosa, “Orcrim”, na linguagem policial. “Não eram traficantes que brigavam pos pontos de drogas, mas, sim, vendedores de drogas gourmet, ou seja, um produto que tem marca registrada e um público definido”.
Esse tipo de público é formado por consumidores que não vão a pontos de vendas de drogas para comprar, mas, sim, pessoas que recebem o produto encomendado, segundo ele. “Eles faziam a entrega no sistema de delivery. O consumidor liga para efetuar a compra e esta é entregue em sua casa ou onde ele determinar, por uma motocicleta ou mesmo pelo sistema de carro de aplicativo”.
Os traficantes, que são os vendedores, segundo o delegado Sérgio Paranhos, tinham grande arrecadação e lavavam o dinheiro arrecadado para não levantar suspeitas.
Mandados
Nesta quinta-feira, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos logo cedo, começando no final da madrugada. Em muitos dos 27 mandados, os alvos se passavam por entregadores. “Encontramos, nas casas, muito material que é encomendado em comércio feito pela internet. E muitos deles se passavam por motoboys. Mas agora estão desmascarados”, acrescenta o delegado.
Ele conta, ainda, que foi a partir da movimentação financeira que os policiais conseguiram chegar aos suspeitos. “A movimentação financeira é muito grande. Por enquanto, levantamos cerca de R$ 50 milhões, que estão sendo interditados pela Justiça. Mas acreditamos que há muito mais.”
As prisões foram feitas, sendo três em Contagem, e uma em Pará de Minas. Em Belo Horizonte, Nova Lima, Sarzedo e Brumadinho, ninguém foi preso.
Quanto custa a droga apreendida
Droga Valor Quantidade
Skunk R$ 40,00 Grama
MDMA R$ 120,00 Grama
Maconha (Verdão) R$ 1.800,00 Quilo
LSD em gel (Geleinha) R$ 30,00 Unidade
Ecstasy R$ 30,00 Comprimido
Haxixe Preto R$ 30,00 Grama
Haxixe Ice Olaton R$ 12,00 Grama
Haxixe Wax R$ 150,00 Grama
Haxixe Dry Ice R$ 120,00 Grama
Haxixe Marron R$ 30,00 Grama
Haxixe Lemon R$ 45,00 Grama
