Moradores da região do Triângulo Mineiro se assustaram, na tarde de quarta-feira (5/11), com um ‘temporal de poeira’ seguido de fortes chuvas, alagamentos e quedas de postes, árvores e muros, entre outros estragos. Vários vídeos e fotos que circulam na internet mostram a forte ventania, com ventos entre 50km/h e 70km/h, o céu alaranjado e as pessoas em busca de abrigo.
O fenômeno aconteceu em cidades como Uberlândia, Araguari, Uberaba, Delta, Frutal, Pirajuba, Campo Florido, Conceição das Alagoas, Prata, Ituiutaba, entre outras. Segundo a Estação Agrometeorológica da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) – Unidade Acadêmica de Frutal, às 15h15 de ontem (5/11), os ventos no município chegaram a uma velocidade de 51km/h.
Já em Uberaba, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou ventos intensos de até 60km/h. Em Uberlândia foram registradas pelo Inmet rajadas de vento de 68,8km/h.

Vendaval afetou várias cidades do Triângulo MIneiro

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Os estragos registrados

Em Araguari, houve pontos de alagamento e um carro ficou ilhado na Rua Quinca Mariano. Já em Frutal, oito postes foram danificados por quedas de árvores. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Uberlândia, uma árvore caiu sobre um veículo na Rua Alagoas, no Bairro Brasil. 
Em Uberaba, equipes do Corpo de Bombeiros da cidade atuaram em seis ocorrências de quedas de árvores como, por exemplo no cruzamento da Avenida Leopoldino de Oliveira com Avenida Nossa Senhora do Desterro. Os outros locais de quedas de árvores não foram divulgados até o fechamento desta matéria. O CB de Uberaba também registrou a queda de um muro de obra localizada no Bairro Girassóis II.

NOTA DA ECOVIAS

De acordo com nota da Ecovias Minas Goiás houve interdição total do km 195 da BR-050, em Delta, sentido São Paulo, devido à queda de árvores. Equipes da concessionária atuaram no local e o congestionamento chegou a cinco quilômetros. Às 17h30, as pistas foram totalmente liberadas e o trânsito fluiu normalmente após cerca de uma hora e 15 minutos de interdição.

Diferenças de pressão atmosféricas provocam o fenômeno

Segundo a climatologista Wanda Prata, esse fenômeno climático conhecido como ‘temporal de poeira’ ou ‘tempestade de areia’, seguido de fortes chuvas, acontece devido a diferenças de pressão atmosféricas. 
"Os ventos sempre se deslocam das áreas frias para as quentes. Nesses casos, existe um sistema de baixa pressão caminhando e bastante umidade entrando e deixando algumas chuvas. Porém, há uma diferença barométrica grande nos locais em que esse sistema estava a caminho e a nossa pressão atmosférica ainda era mais baixa do que esse sistema, então ocorre essa ventania. Na verdade, não era muita diferença (de pressões atmosféricas), não, porque senão as velocidades dos ventos seriam bem maiores", explicou a climatologista.
Ainda conforme Prata, esses ventos tiveram a capacidade de passar pelo chão que se encontrava arado e solto, levantando os segmentos mais finos e atingindo todo o Triângulo Mineiro. “Depois que passa a poeira, entra então o sistema de baixa pressão, que traz chuva e acaba com essa poeira", complementou.
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