Um ônibus da linha 634 (Estação Vilarinho/Nova York) foi incendiado por criminosos na noite dessa terça-feira (4/11), no bairro Nova York, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte (MG). Durante o ataque, os autores deixaram uma carta assinada pela facção criminosa Bonde dos Malucos (BDM), afirmando que, caso as reivindicações não sejam atendidas, “vão queimar BH inteira”. Os bandidos também fizeram ameaças à Justiça.

Segundo o motorista do coletivo, o crime ocorreu faltando cerca de 15 minutos para o fim do expediente.
Três homens encapuzados e armados entraram no ônibus e ordenaram que ele descesse imediatamente.
Moradores relataram que  quatro indivíduos participaram da ação, sendo dois em uma motocicleta e dois a pé, portando um galão com líquido inflamável.

De acordo com o relato, um dos suspeitos disse: “Não é nada contra você.” Logo em seguida, o grupo ateou fogo no ônibus e entregou uma carta para que fosse repassada à polícia. Os criminosos também ameaçaram clientes de um bar próximo, ordenando que ninguém contasse nada sobre o ocorrido.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu conter as chamas. A Cemig atuou para garantir a segurança elétrica na região, e a perícia da Polícia Civil esteve no local para analisar o material e recolher a carta deixada pelos criminosos.

Carta e reivindicações

Na mensagem endereçada à juíza Bárbara Isadora, da comarca do Presídio de Ribeirão das Neves, os autores denunciam supostas violações de direitos dentro da unidade prisional, como agressões, desrespeito durante atendimentos de saúde e problemas nas visitas de familiares. O texto exige “atenção e fiscalização dos órgãos competentes” e termina com a ameaça: “Será somente o início, senão vamos queimar BH inteira.”

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Nota da Depen

O Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) afirmou em nota que tem conhecimento e acompanha os desdobramentos da ação que culminou num ônibus incendiado pela facção em Venda Nova, que será objeto de investigação pela Polícia Civil de Minas Gerais. O Depen-MG diz aguardar a finalização das investigações criminais que poderá apontar se, de fato, a ação tem correspondência direta com o sistema prisional.

"Sobre o Presídio Antônio Dutra Ladeira, informamos que o horário de entrada dos visitantes, aos fins de semana, começa às 8 horas e se estende até às 11 horas, os visitantes podem permanecer no interior da unidade até às 15 horas. A entrada obedece a ordem de chegada, considerando as prioridades previstas em lei. Vale ressaltar que no caso eventuais atrasos consideráveis, em virtude de alguma rotina de fim de semana da unidade prisional, o horário de visitas é estendido para se resguardar o direito do preso à visitação.

As unidades prisionais sob administração do Depen-MG realizam os atendimentos de saúde no âmbito da atenção primária, conforme preconiza a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade. As consultas especializadas e as de urgências e emergências são encaminhadas para a rede pública de saúde. Especificamente sobre o Presídio Antônio Dutra Ladeira, não há registros de falta de atendimento; inclusive, as instalações do núcleo de atendimentos de saúde foram reformadas recentemente".

Por fim, o Depen-MG ressalta que as unidades prisionais administradas pelo mesmo são regularmente fiscalizadas por diferentes órgãos de controle, entre eles o Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. "As inspeções são periódicas, criteriosas e, em sua maioria, acompanhadas pelo próprio Juiz da Vara de Execuções Criminais", termina.

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