CHUVAS

Bombeiros realizam treinamento para enfrentar o período de chuvas na RMBH

Os militares fizeram treinamentos de salvamento e campanhas de conscientização para prevenir possíveis acidentes

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A temporada de calor e chuvas aumentam a preocupação do Corpo de Bombeiros com a possibilidade de afogamentos e inundações. Para atender as demandas deste período, os militares realizaram treinamento de salvamento aquático e operações de embarcações com bombeiros em formação nesta quinta-feira (27/11). As ações foram feitas em dois pontos da Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

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Duas brigadas realizaram diferentes ações pela RMBH nesta quinta-feira. Um grupo de mais de 400 militares foi enviado para Várzea das Flores. O local é um ponto de alerta por causa do grande número de ocorrências afogamentos. 

Outro grupo de militares foi enviado para o Bairro Colonial, em Ribeirão das Neves, na RMBH. No local, a guarnição realizou uma atividade preventiva voltada à orientação da população e estabeleceu diretrizes essenciais para ações de autoproteção no período chuvoso e para a prevenção de afogamentos, com o objetivo de elevar a percepção de risco das comunidades. 

VÁRZEA DAS FLORES

O tenente Henrique Barcelos, porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, destacou a importância dos treinamentos.

“Nós visamos à preparação para o período mais quente do ano, que é um período que geralmente aumenta esses índices de afogamento”, diz. “Essa preparação busca uma prevenção aquática. As oficinas, dentre várias outras atividades dos bombeiros, se concentraram em travessias em águas abertas. Os trajetos são de aproximadamente 2 km, com exposições a dificuldades em águas abertas, como correntezas, e um trabalho de operação de embarcações, além de um trabalho para o salvamento de vítimas em simulações de afogamentos”, aponta Barcelos.

Ele destacou a parceria com a Defesa Civil do Estado para cuidar da população nas situações emergenciais em caso de riscos estruturais por causa das chuvas. O treinamento buscou capacitar os militares a atender demandas de enchentes e alagamentos que possam vir a acontecer no estado.

Várzea das Flores é um local que tem tido casos de afogamentos nos últimos meses. Na manhã do dia 4 de outubro, um pedalinho com quatro pessoas a bordo virou na Lagoa Várzea das Flores, localizada entre os municípios de Contagem e Betim, na Grande BH. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), um homem morreu afogado e uma mulher, em quadro de parada cardíaca, foi levada para o hospital. 

Na tarde do dia 16 de outubro, os bombeiros encontraram o corpo do pedreiro Rainer Talles Nunes da Silva, de 30 anos, que se afogou na mesma represa. Testemunhas informaram que o jovem submergiu pouco depois de começar a nadar no lago, na quarta-feira.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e fez buscas no local até o anoitecer, sem sucesso. Uma outra guarnição retornou ao local no dia seguinte (17/10) e localizou o corpo no mesmo ponto em que havia desaparecido, a cinco metros de profundidade. Familiares da vítima que estiveram no local preferiram não dar entrevistas.

O local foi escolhido para treinamento pelo seu valor logístico, pois os bombeiros que estão em formação são da Academia de Bombeiros de Belo Horizonte, o que facilita o deslocamento até a Lagoa.

“Lá é um ponto de atenção, apesar das últimas recomendações dos órgãos presentes no local, e até do Ministério Público, de que lá não deve ser um local de banho, o que, infelizmente, não é respeitado pelos cidadãos, principalmente pelos moradores que vivem ao redor. A corporação sabe que é um local sensível”, aponta o tenente.

RISCOS 

Ainda não há dados recentes sobre o número de fatalidades por afogamentos no estado mineiro. A última data contabilizada pelos balanços dos bombeiros é o dia 19 de outubro. Nestes dados, Minas Gerais registrou 224 mortes por afogamento, dentre as quais cerca de 53 pessoas morreram na Região Central de Minas Gerais em 2025, sendo esta a região que apresenta o maior número de fatalidades em todo o estado.

Na segunda posição está a Região Sul/Sudoeste de Minas, com 29 mortes, e em terceiro vem a Região do Triângulo Mineiro/Alto do Paranaíba, que tem 25. Desde 2016, os anos completos com mais mortes por afogamento no estado foram 2016 (385), 2020 (328) e 2023 (326).

Tentativas de salvamento sem preparo para esse tipo de ação também estão na lista de episódios que terminam em mortes trágicas em Minas Gerais. Foi o que ocorreu em Brasilândia de Minas, na Região Noroeste do estado, a 380 quilômetros de BH, em 28 de setembro, quando um casal perdeu a vida ao tentar resgatar a filha de 5 anos das águas, no Rio Paracutu. A criança também morreu.

A menina Rebecca, de 5 anos, estava na parte rasa do rio quando foi levada para a área mais funda pela correnteza. Desesperada, a mãe da criança, Edileia Rocha, de 32 anos, pulou na água para tentar salvar a filha, mas não conseguiu nadar. O marido, Rodrigo Rocha, de 34 anos, tentou socorrer as duas e também se afogou. O casal deixou outros dois filhos, de 8 e 4 anos.

“Sem o treinamento para isso, a orientação é chamar os militares e isolar o local. Tentar fornecer um meio flutuante à pessoa sem se expor ao risco da água e acionar o bombeiro pelo número 193”, finaliza o Tenente Henrique Barcelos.

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Algumas mudanças de comportamento podem evitar acidentes, alerta ainda o site do CBMMG: nunca nade sozinho; se ingerir bebida alcoólica, não entre na água; permaneça próximo à margem; nunca salte de locais elevados para dentro da água; não faça brincadeiras de mau gosto (caldos, trotes, saltos); obedeça às orientações dos bombeiros ou dos salva-vidas; e evite fazer refeições pesadas antes de entrar na água.

*Estagiário sob a supervisão do subeditor Humberto Santos

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