DURANTE MISSÃO

Servidor mineiro morre afogado em rio no interior do Amazonas

Bruno Alves Chaves, que estava na região a serviço, desapareceu no final da tarde de domingo (9) quando entrou no Rio Negro para tomar banho

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O servidor público Bruno Alves Chaves, de 34 anos, natural de Belo Horizonte (MG), foi encontrado morto por pescadores no Rio Negro, em Santa Isabel do Rio Negro, no interior do Amazonas, após um dia de buscas. Bruno, que estava na região a serviço da Coordenadoria Geral de Estratégia Yanomami (CGE), desapareceu no final da tarde de domingo (9/11) às margens do rio.

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Segundo relatos das testemunhas, o servidor que não sabia nadar, foi visto pela última vez por volta das 16h quando entrou no Rio Negro para tomar banho, o que pode ter contribuído para o afogamento.

O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) foi acionado pela Defesa Civil de Santa Isabel do Rio Negro para ajudar nas buscas e no resgate, mas não conseguiram localizá-lo.

Na manhã de segunda-feira (10), uma equipe de sete bombeiros, composta por quatro especialistas em busca e resgate em ambientes de selva e três mergulhadores, foram até o local. Durante o dia, a equipe realizou nove mergulhos, cada um com duração de 30 minutos, tentando localizar o corpo de Bruno, mas sem sucesso. Segundo a corporação, “as águas do Rio Negro, com visibilidade limitada e grande profundidade, dificultaram as buscas”.

Por volta das 20h45, o corpo de Bruno emergiu e foi encontrado por pescadores da região, que alertaram as autoridades. Os militares realizaram o resgate do corpo e, no momento, o processo de translado para Manaus (AM) está em trâmite.

Em nota divulgada nesta tarde (11/11) pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o órgão lamentou o falecimento de Bruno, que atuava como coordenador-geral de Programas e Ações de Combate às Discriminações da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS).

“Bruno Alves Chaves foi um servidor comprometido com a construção de uma assistência social mais justa, inclusiva e humana. Seu trabalho deixa um legado de dedicação ao serviço público e à promoção dos direitos sociais”, afirmou o ministro Wellington Dias.

O órgão reforçou que Bruno dedicou sua trajetória ao fortalecimento de um Sistema Único de Assistência Social (Suas) mais inclusivo, diverso e em prol da promoção dos direitos sociais. “O MDS se solidariza com familiares, amigos e colegas de trabalho”, finalizou.

Nas redes sociais, o caso gerou grande comoção entre seus colegas de trabalho. O secretário Nacional de Assistência Social, André Quintão, fez uma postagem no Instagram nesta tarde, lamentando a morte de Bruno que, além de colegas, eram amigos. “Estou absolutamente desconsolado com essa trágica morte do querido amigo, Bruno Alves, competente profissional e ser humano incrível”.


Ele relembrou o convívio de 11 anos com o servidor, quando começou como estagiário em seu mandato de deputado estadual, e depois como assessor parlamentar. “Em Brasília o desafio era nacional e instigante: cuidar das questões étnico-raciais no SUAS e coordenar a Estratégia de Proteção Social para os Povos Yanomami e Ye’kwana. Foi nessa missão de trabalho, em Santa Izabel do Rio Negro, num momento de lazer, que perdeu a vida, que foi levado pelo Rio Negro. Uma partida dolorosa para todos nós!”.

O secretário reforça que, agora, "o que nos resta é sempre lembrar da sua alegria, irreverência, concluir sua missão junto aos Povos Indígenas e dar todo apoio à sua família".

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Na mesma publicação, com mais de 160 comentários, outros colegas escreveram sobre Bruno. Natasha Dias lembra que foi a primeira estagiária de Serviço Social do Bruno durante o mandato do André em 2015. “Dali surgiu nossa amizade. Bruno é uma pessoa incrível. Que ele seja recebido pelo sagrado de maneira linda e que lhe permita descanso e paz. Sentiremos sua falta”, relatou Natasha.

Dayara Carvalho, também servidora pública, compartilhou sua tristeza: "Minha dupla do mandato, nos entregamos tanto, dedicamos e divertimos, está difícil acreditar, tínhamos planos de nos vermos em breve”.

Ativista

Pai adotivo de um adolescente e ativista LGBT, Bruno se dedicou por anos ao movimento e integrou a diretoria do Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (CELLOS-MG). Nas redes sociais, a entidade prestou homem ao companheiro de luta. 

"Nós, do CELLOS-MG, expressamos nosso profundo pesar pelo falecimento do querido companheiro. Sempre esteve à frente na defesa dos Direitos Humanos e na luta pelos direitos da nossa população. Sua trajetória foi marcada pela coragem, pela solidariedade e pelo compromisso com a luta."

Em outra publicação, a entidade destacou a presença marcante de Bruno nos espaços que ocupava: "Falava, contribuía, confraternizava. Um militante memorável, intenso em todos os momentos. Nós sentiremos sua falta!".

Nos comentários, vários colegas e amigos lamentaram a morte do servidor. A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, respondeu que esta de “coração partido” com a notícia.

O ativista Thiago Coacci se pronunciou, destacando a importância de Bruno para o movimento: “É uma perda enorme. O Bruno era uma pessoa incrível, muito competente e carinhoso. Não nos esqueceremos de sua luta." A deputada federal Duda Salabert também expressou sua tristeza nas redes sociais.

Despedida

Amigos e familiares poderão prestar suas homenagens nesta tarde (13/11) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O velório terá início às 12h, na Rua Miguel Arruda, 137, no bairro Alvorada, e o sepultamento está marcado para as 14h, no Cemitério Bom Jesus.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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