APREENSÃO

BH: Hospital João XXIII volta a operar normalmente após inundação

Alagamento de salas e corredores nesse domingo (23) aconteceu devido ao entupimento das calhas do prédio. Funcionários se preocupam com período chuvoso

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O Hospital João XXIII, principal porta de entrada de emergência de Belo Horizonte, voltou ao seu funcionamento normal nesta segunda-feira (24/11) após salas e corredores do hospital serem afetados por um vazamento de água da forte chuva que atingiu a capital nesse domingo (23).

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Pacientes e funcionários sentiram os impactos da falta de manutenção do local e recorreram ao uso de guarda-chuvas e sacos de lixo para se protegerem. Mesmo depois do atendimento restabelecido, a apreensão tomava conta do ambiente, já que, segundo a categoria, o caso é recorrente e o período chuvoso tende a agravar o problema.

Imagens feitas por funcionários do hospital mostraram uma quantidade grande de água vazando das lâmpadas no teto e acumulando no chão, com os pacientes em macas no mesmo ambiente e dois homens em cima de bancos. Em outro registro, uma mulher aparece com um guarda-chuva para transitar pelos corredores. Também há imagens do almoxarifado mostrando caixas e equipamentos encharcados. 

Em entrevista ao Estado de Minas, a diretora executiva do Sind-Saúde, Neuza Freitas, contou que foi acionada pelos profissionais da unidade, que relataram estarem em pânico. “Por volta das 14h os trabalhadores começaram a me enviar vídeos pedindo socorro pela situação. Me assustei quando tive acesso às imagens, era tanta água dentro da unidade hospitalar que eu nunca tinha visto. Os corredores, salas de emergência e blocos cirúrgicos alagados, e os trabalhadores desesperados. Não tinha onde colocar os pacientes”, disse. Segundo ela, já aconteceram outros alagamentos no hospital, mas nunca na mesma proporção de domingo.

A psicóloga hospitalar da emergência, Elvia Valadares, relatou o cenário caótico vivido pelos usuários. “Foi um susto imenso, fomos surpreendidos por uma chuva forte e o aparato do João XXIII veio desabando. A chuva entrou no hospital, caindo em cima de pacientes, atrapalhando o trânsito das macas. Foram suspensas cirurgias. A ala de raio-x e tomografia foi inundada, esses exames acontecem diariamente. Isso perturba, angustia e deprime as pessoas”, desabafou ela. 

A funcionária ainda destacou a ansiedade de familiares que não puderam realizar visitas, principalmente no corredor de emergência, na ala da tomografia e no bloco cirúrgico, os mais afetados. “Imagina como as famílias ficaram ao saber que havia conhecidos lá dentro e elas não podiam entrar. Por motivos de segurança e os corredores alagados, a entrada foi suspensa. Aconteceram visitas normalmente só na UTI”, afirmou.

Atendimento no Hospital João XXIII é normalizado após vazamentos
Atendimento no Hospital João XXIII é normalizado após vazamentos Jair Amaral/EM/D.A Press

Sinais de estrago

Na manhã de hoje, trabalhadores da unidade disseram ao EM que o funcionamento estava normalizado. O atendimento também seguiu dentro do esperado. Pacientes que esperavam foram atendidos dentro do previsto e os que saíam do hospital não relataram nenhum problema.

Em visita técnica realizada por representantes da categoria na tarde desta segunda, o hospital seguia com o funcionamento normal, mas alguns pontos ainda apresentavam sinais deixados pelas chuvas. Os três quadros de força localizados em um dos corredores do hospital, onde há trânsito de pacientes e funcionários, estavam abertos e interditados por fitas de isolamento. No mesmo local foram encontradas placas de aviso, alertando para o piso molhado.

Um dos tomógrafos, avaliado em cerca de R$ 2 milhões, conforme a diretoria da unidade, foi atingido pela água e parou de funcionar. A equipe, segundo informado pelo Hospital, agiu rapidamente e cobriu o equipamento. Pontos de goteiras no teto também foram observados, bem como baldes nos corredores para conter a água pingando. Além disso, de acordo com um dos funcionários do bloco cirúrgico, as salas de raio-x só foram liberadas às 11h de ontem. 

A apreensão continua, já que a capital mineira está sob alerta de chuvas nesta terça. Conforme a Defesa Civil municipal, a previsão é de pancadas de chuva (20 a 40 mm) com raios e rajadas de vento em torno de 50 km/h.

Calhas entupidas

Procurada pela reportagem, a direção do João XXIII informou que as goteiras e o alagamento foram provocados pelas fortes chuvas e ventos registrados na cidade. Já a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pelo hospital, informou, em nota, que a causa do vazamento foi o acúmulo de folhas que, com ventos fortes, teriam entupido as calhas do prédio. 

Na foto, o deputado Rogério Correia, a presidente do Sind-Saúde, Neuza Freitas e representantes da categoria
Na foto, o deputado Rogério Correia, a presidente do Sind-Saúde, Neuza Freitas e representantes da categoria Jair Amaral/EM/D.A Press

Durante a visita também foi dito pela direção que o sistema de calhas não suportou a quantidade de água e que, onde ocorre a saída da chuva, havia sacos plásticos, copos, luvas, seringa e outros resíduos, que impediam a passagem da água. A fundação ainda comunicou que a limpeza do sistema de escoamento será reforçada. 

A diretora do sindicato rebateu a justificativa. “É triste ouvir a gestão dizer que foi um problema nas calhas. Até eu que moro em uma residência sei que tenho que fazer a manutenção, porque se estiverem entupidas, logicamente terei um alagamento. Isso coloca em risco não só o paciente, mas o profissional da saúde, pode levá-lo ao erro. Exigimos dos órgãos fiscalizadores ações efetivas”, reforçou.

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Mobilização política

A situação ainda chamou atenção de figuras políticas que se mobilizaram com as imagens registradas no hospital. O vereador de BH, Helton Junior (PSD) publicou no X, que está em contato com a prefeitura para entender quais ações estão sendo tomadas em conjunto com o governo do estado para que a situação não ocorra novamente. “Quem já chega fragilizado não merece passar por mais risco”, escreveu. A visita técnica na unidade ainda contou com o deputado federal Rogério Correia (PT).

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