
MG: BR-116 ultrapassa a BR-381 em mortes após desastre que matou 39 pessoas
Crescimento é creditado à tragédia que provocou a morte de 39 pessoas em Teófilo Otoni, no mês passado
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Siga noA rodovia BR-116 se tornou a que mais matou pessoas em Minas Gerais entre as estradas federais em 2024. O crescimento dos números é creditado à tragédia entre uma carreta, um ônibus de viagem e um carro que matou 39 pessoas, em 21 de outubro, na altura de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Os dados foram apresentados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta quarta-feira (22/1).
De acordo com a corporação, ao longo do ano, 190 pessoas morreram em acidentes no trecho da rodovia que passa por Minas. Em 2024, a BR-381 perdeu seu posto de estrada mais mortal do estado, passando para a segunda posição com registro de 169 vidas perdidas em batidas. A BR-040 se mantém em terceiro lugar no ranking, com 122 mortes. Já a BR-262 chegou a 81 óbitos.
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A reportagem do Estado de Minas já havia mostrado em dezembro de 2024 que a BR-116 era a mais mortífera de Minas Gerais. Entre janeiro e novembro, a cada nove acidentes registrados pela PRF, pelo menos uma pessoa morreu na estrada.
Tragédia na BR-116
Na madrugada do dia 21 de dezembro, um ônibus da empresa Emtram levava 45 passageiros de São Paulo para a Bahia quando colidiu com uma carreta que transportava um bloco de granito e vinha no sentido contrário. Um carro de passeio que vinha atrás bateu na traseira do caminhão.
Na época do crime, a Polícia Civil havia informado que a principal hipótese para o acidente era o tombamento do semirreboque da carreta que transportava um bloco de granito. Após o impacto da pedra contra o ônibus, o veículo de transporte de passageiros se incendiou e um automóvel Fiat Argo que vinha atrás também bateu na carreta, deixando os três ocupantes feridos com lesões consideradas graves.
Outra hipótese foi apresentada à Polícia Rodoviária Federal por Aldimar Ferreira Ribeiro, de 61 anos, que alega ser o condutor do caminhão que aparece em imagens de uma câmera de segurança segundos antes da colisão. Segundo ele, a carreta estava em alta velocidade e o ultrapassou pouco antes do acidente.
Nessa terça-feira (21/1), em vídeo divulgado à imprensa, a chefe da PCMG Letícia Camboge afirmou que as investigações apontaram, até agora, que as teorias apresentadas no dia do acidente de fato aconteceram. Isso porque, a carga do veículo superava 68 toneladas, sendo que cada reboque possuía capacidade máxima de 30 toneladas. Além disso, a velocidade do veículo era de 90km/h, dez a mais que o limite permitido na via.
Além disso, a análise de exames de urina do motorista da carreta apontou uso de álcool, cocaína e ecstasy. As informações baseiam o mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de Minas (TJMG) cumprido pela Polícia Civil de Minas (PCMG). Na época do acidente, o homem fugiu do local. Ele se apresentou dois dias depois, em 23 de dezembro, na sede do 15º Departamento de Polícia Civil, em Teófilo Otoni, acompanhado de advogados. Por não estar em flagrante e as investigações ainda em andamento, ele foi liberado.
Em depoimento, ele alegou que o pneu do coletivo estourou e a perda de controle do veículo causou o acidente. Segundo a defesa, o homem fugiu do local por ter entrado em estado de pânico após o acidente.