
Novo fóssil de peixe de 80 milhões de anos é encontrado em rocha de Minas
O fóssil foi encontrado em sítio paleontológico de fazenda de Campina Verde, no Triângulo Mineiro; a nova espécie descoberta viveu na época dos dinossauros
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Siga noPesquisadores do Centro de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn I. Price, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Peirópolis (bairro rural de Uberaba, no Triângulo Mineiro), anunciaram nesta semana a descoberta de uma nova espécie de peixe fóssil, pertencente aos Lepisosteiformes (ordem de peixes). O fóssil foi encontrado em sítio paleontológico de fazenda de Campina Verde.
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A equipe responsável pela descoberta é composta por pesquisadores brasileiros e argentinos de instituições como a UFTM, o Museu Argentino de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo informações divulgadas pelos pesquisadores, atualmente, a espécie é restrita nas Américas do Norte e Central e Caribe. Batizada de Britosteus amarildoi, foi encontrada na formação adamantina, em rochas datadas do fim do período cretáceo, há cerca de 80 milhões de anos.
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“A nova espécie se destaca por suas características morfológicas únicas: um peixe de pequeno porte, com menos de 50 centímetros de comprimento, focinho curto e arredondado e mandíbula equipada com minúsculos dentes cônicos, adaptados para a captura de pequenas presas. A descrição foi possível a partir de fósseis que incluíram ossos do crânio, mandíbulas com dentes e escamas”, diz trecho de nota divulgada pelos pesquisadores no site da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Equipe do Centro de Pesquisas Paleontológicas 'Llewellyn Ivor Price', no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis, UFTM, em campo durante coleta dos fósseis de Britosteus amarildoi. Da esquerda para a direita: Thiago Marinho, Agustín Martinelli, Fabiano de Morais e Luiz Carlos Borges Ribeiro
Viveu na época dos dinossauros
A universidade também destacou que a descoberta é significativa porque amplia o conhecimento sobre a diversidade dos peixes que habitavam os ambientes continentais no final da Era Mesozoica, quando os dinossauros ainda dominavam o planeta. “Atualmente, os Lepisosteiformes contam com apenas sete espécies vivas, mas, no passado, eram muito mais diversas e amplamente distribuídas”, complementou a UFTM.

Mandíbula do novo peixe fóssil em vista lateral esquerda (acima) e em vista ventral (abaixo)
Homenagens
O nome da nova espécie homenageia dois importantes colaboradores da paleontologia brasileira. Ainda conforme a universidade, o epíteto específico amarildoi faz referência a Amarildo Martins Queiroz, ex-proprietário da fazenda Três Antas, que colaborou com os pesquisadores e descobriu os primeiros fósseis de crocodilos no local. “Já o nome do gênero Britosteus é uma homenagem ao professor Paulo Brito, destacado paleontólogo brasileiro, conhecido por suas contribuições ao estudo da fauna de peixes fósseis de Gondwana."
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Importante campo de pesquisa
A UFTM ressalta que, desde 2011, a fazenda Três Antas, localizada em Campina Verde, tem sido um importante campo de pesquisa paleontológica, resultando em descobertas como os crocodilos pré-históricos Campinasuchus dinizi e Caipirasuchus mineirus e, agora, o peixe Britosteus amarildoi.