Contagem amplia apoio pediátrico diante de aumento de doenças respiratórias
Município da Grande BH teve aumento de quase 350% em 2024; crianças e idosos são mais vulneráveis às doenças respiratórias
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O município de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vai inaugurar uma unidade de apoio pediátrico ao lado do Centro Materno Infantil. A medida foi tomada junto do decreto de situação de emergência em doenças respiratórias a partir desta sexta-feira (17/5), em meio ao aumento de casos gripais na cidade.
De acordo com o Secretário de Saúde Fabrício Simões, Contagem teve um aumento de quase 350% nas internações por doenças gripais entre janeiro e abril de 2024. Simões enfatiza a importância da ampliação do sistema e criação de novas medidas de prevenção e assistência, para que a qualidade da prestação de serviços não caia.
“O que a gente quer reforçar, com essas estruturas, é garantir a normalidade do funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com essa retaguarda, uma vez que os números rotineiros de acompanhamento estão sendo ultrapassados”, afirma.
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Além do centro de apoio pediátrico, que prevê o atendimento de até 90 pacientes por dia, o município vai receber mais 36 leitos no Centro Materno Infantil de Contagem (CMI), sendo 26 de enfermaria e dez na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com a prefeita Marília Campos, cada UPA terá um pediatra a mais para atender no período de emergência.
O cuidado com crianças e adolescentes é essencial neste momento, visto que houve um crescimento expressivo no número de atendimentos a partir de fevereiro de 2024. No período, o número de atendimentos nas UPAs e no CMI aumentou 136,9%. Em abril deste ano, foram realizados 12.068, contra 5.094 em dezembro de 2023.
Questionada, durante coletiva, sobre as mudanças que o decreto pode acarretar na cidade, a prefeita informou que, inicialmente, a medida deve durar 60 dias. Neste período, é possível intensificar as medidas de combate às doenças respiratórias, que tendem a piorar em junho, época de maior proliferação das contaminações. Em relação às piores doenças que crianças e idosos podem contrair, estão bronquiolite, pneumonia, gripe e bronquite.
“O decreto permite uma agilização das medidas que a gente terá que tomar, seja contratação de pessoal, aquisição de insumos, abertura de unidades, como vamos fazer... Também possibilita que a gente cobre os recursos necessários no plano federal e estadual para auxiliar o município no custo desta operação”, diz.
Vacinação
Na medida que as doenças respiratórias avançam, a campanha vacinal segue enfraquecida. De acordo com balanço divulgado pela prefeitura de Contagem em 4 de maio, 5.238 casos de Síndrome Gripal (SG) e 350 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com identificação de vírus respiratórios, foram notificados. No mesmo período, foram registradas 14 mortes por SRAG.
Vírus como a influenza e Covid-19, que tem uma circulação conhecida pela população, são os que prevalecem, mas outros também estão sendo identificados. Os que não possuem cobertura vacinal são os que preocupam a Secretaria Municipal de saúde, por isso o pedido de vacinação é reforçado.
“Agora é o momento de todos se vacinarem, porque se vacina a criança, e não o idoso, temos um processo de contaminação maior. A vacina é a principal política para a gente fazer a prevenção”, afirma a chefe do Executivo municipal. Atualmente, a cobertura municipal está em apenas 32,5%.
O secretário Fabrício Simões recomenda, ainda, que os casos mais graves sejam direcionados às UPAs e que as pessoas se vacinem contra os vírus que já possuem imunizantes para combate. Ele também que as pessoas aproveitem a cobertura vacinal contra gripe para completar as pendências do cartão vacinal.
A campanha de vacinação em Contagem ocorre normalmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Unidades de saúde congestionadas
O casal Alex dos Santos e Regina da Silva optaram por se consultar na UBS do Centro, em Contagem, na manhã desta sexta (17/5), mas se decepcionaram com a demora no atendimento. De acordo com eles, a espera foi de, pelo menos, quatro horas, sem terem passado pela triagem.
O casal Alex dos Santos e Regina da Silva buscaram atendimento na UBS do Centro, em Contagem, na manhã desta sexta (17/5)
Alex, que trabalha na Ceasa, perdeu o dia de trabalho para se consultar devido aos sintomas gripais. Ele está desde quarta-feira (15/5) com tosse e um quadro grave de febre. Por causa dessa situação, está debilitado e não pode trabalhar, decidindo buscar atendimento próximo a sua casa.
Já Regina, afastada do trabalho e à espera de uma cirurgia no punho, apresenta sintomas mais leves de gripe, como tosse leve e garganta doendo. No entanto, segue rouca e preocupada com o esposo, pois nunca o viu neste estado de saúde.
Para eles, esta foi a pior doença gripal que já contraíram, mas não tiveram diagnóstico para dizer por qual vírus foram contaminados. Na visão deles, o atendimento está muito demorado, com pico na parte da manhã, mas seguem aguardando em busca de atestado e receita.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata