Fachada do condomínio onde o crime aconteceu, em Santa Luzia 
 -  (crédito: Google Street View/Reprodução)

Fachada do condomínio onde o crime aconteceu, em Santa Luzia

crédito: Google Street View/Reprodução

O ex-policial penal Cláudio Augustinho Cabral, de 48 anos, foi preso na última sexta-feira (3/5) em decorrência de uma investigação que resultou no indiciamento dele pela morte da esposa, Jussara Ferreira de Almeida Cabral, aos 53 anos, informou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (6/5). O crime aconteceu em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 27 de novembro de 2023.

 

À época, a vítima levou um tiro no peito durante uma discussão por causa da temperatura do ar-condicionado. Cláudio foi preso no mesmo dia, mas havia deixado a prisão no dia seguinte após uma audiência de custódia na qual a Justiça concedeu liberdade provisória.

 

 

A denúncia do Ministério Público contra Cláudio foi aceita pela Justiça no último dia 30, conforme consta em decisão judicial assinada pela juíza Maria Beatriz Fonseca da Costa Biasutti Silva, que atua na 2ª Vara Criminal e de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Santa Luzia. Na ocasião, a magistrada também decretou a prisão preventiva, sendo que o mandado foi cumprido pela PCMG na sexta-feira.

 

No dia do crime, Jussara e o marido estavam deitados na cama do quarto, quando ela pegou a arma de fogo e atirou em Cláudio, acertando o braço esquerdo dele. O homem entrou em luta corporal com a companheira, conseguiu pegar a arma e atirou na região do tórax de Jussara. A mulher caiu sobre a cama, onde veio a óbito, revelam as informações do laudo pericial citadas na sentença.

 

Interrogado na Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) em Santa Luzia, Cláudio alegou que, depois de receber um tiro no braço, tentou desarmá-la, momento em que ocorreram dois disparos acidentais enquanto a arma ainda estava na mão da vítima.

 

 

Durante a coletiva à imprensa, a delegada e titular da DEH, Adriana das Neves Rosa, pontuou que ficou evidenciado que a mulher também teria sido vítima de diversos tipos de violência doméstica, sobretudo psicológica.

 

“Ele [investigado] exercia um controle das relações sociais dela, a ponto de ser impedida de auxiliar nos cuidados com o neto recém-nascido. Já no trabalho, enquanto enfermeira de ambulância, não podia sentar ao lado de colegas homens”, revela a delegada, acrescentando que a vítima já havia dito a pessoas próximas que não suportava mais a situação e pretendia deixar o companheiro.

 

“Ela não vislumbrava simplesmente uma separação, porque tinha medo dele. Por essa razão, ela estava planejando fugir”, finaliza.

 

Cláudio Augustinho Cabral foi encaminhado ao sistema prisional, onde segue à disposição da Justiça.