Zaylla, que nasceu com 510 gramas, estava pesando 2,3 kg quando foi para casa -  (crédito: UFTM/Cleicilândia de Aquino/Divulgação)

Zaylla, que nasceu com 510 gramas, estava pesando 2,3 kg quando foi para casa

crédito: UFTM/Cleicilândia de Aquino/Divulgação

Com pouco mais de três meses de vida, Zaylla Vitorya Aquino vem superando desafios. O primeiro foi sobreviver à condição de prematura extrema, quando nasceu em 3 de dezembro do ano passado, com cerca de cinco meses, 29 centímetros e pesando 510 gramas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), em Uberaba.

Por causa disso, a menina foi para a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal (UTIPN) do centro de saúde, de onde recebeu alta em 8 de março (sexta-feira), Dia Internacional da Mulher.

Depois de ficar internada durante dez dias na ala de pediatria do HC-UTM, a bebê recebeu alta nesta segunda-feira (18/3) e foi para casa. Durante esse período na ala de pediatria, ela ingeriu leite artificial por meio de sonda, sendo liberada após aprender a mamar na mamadeira.

A mãe dela, a dona de casa Clecilândia de Aquino, de 29 anos, contou com que Zaylla apresentou intolerância à lactose durante o período em que esteve internada. “Então mudaram o leite para o Neocate e ela está super bem”.

Clecilândia diz que a sua pequena está nesse momento com 2,3 kg e quase 50 cm. “E mamando na mamadeira 60 ml de leite de 3 em 3 horas. O primeiro dia que ela mamou na mamadeira foi quinta-feira passada (14/3), ou seja, aprendeu super rápido”, comemora.

A próxima consulta de Zaylla, na ala de pediatria do HC-UFTM, acontece em 6 de abril.

“Pra mim é muito gratificante ver o quanto Jesus agiu na vida dela; para quem não tinha expectativa de vida e hoje (18/3) está indo pra casa. Foi um milagre de Deus ela sobreviver. Foram longos dias de angústia e outros de felicidade. Sou muito grata, primeiramente, a Jesus e segundo à equipe do HC-UFTM pelo cuidado é o carinho prestado a ela”, declarou Clecilândia.

De acordo com o hospital, Zaylla foi o menor bebê já atendido na instituição. “Sua prematuridade extrema é desafiadora, por ocorrer quando um bebê nasce com menos de 28 semanas de gestação, mas Zaylla tornou-se um exemplo de esperança e superação para todos que a cercam", diz trecho da nota do HC-UFTM.

Progresso e evolução surpreendentes

A médica responsável pela UTIPN, Fabiana Barsam, disse que o progresso e evolução de Zaylla foram surpreendentes. “Com apenas 510 gramas ao nascer, a equipe enfrentou grandes desafios para garantir sua qualidade de vida, intensificando cuidados com a pele, cérebro, pulmão e retina. Além disso, a estratégia adotada para garantir o desenvolvimento saudável de Zaylla incluiu diminuição do ruído e da luminosidade, manuseio mínimo, controle do oxigênio ofertado e o contato pele a pele”, pontuou.

Ainda conforme a médica, a dedicação da família, em especial da mãe, foi fundamental para o progresso da bebê. “A família da Zaylla é excelente. A mãe fez questão, o tempo todo, do contato pele a pele e de ofertar seu leite, o que foi de extrema importância para Zaylla”, afirmou Fabiana.

Mesmo após a alta hospitalar, o HC-UTFM declarou que Zaylla precisará continuar seu tratamento no hospital, com acompanhamento especializado de oftalmologia e pediatria.

“Sua história é um exemplo de superação e esperança, mostrando que, mesmo diante dos desafios da prematuridade extrema, a dedicação e o cuidado podem fazer verdadeiros milagres”, destacou o HC-UFTM.

Recorde mundial


Em 10 novembro de 2021, Curtis Butler, um bebê do Alabama (Estado Unidos), na época com pouco mais de 1 ano de vida, recebeu o título de bebê mais prematuro do mundo a sobreviver pelo Guinness World Records. Em 5 de julho de 2020, a mãe Michelle Butler estava grávida de 21 semanas (cinco meses) de gêmeos quando foi levada às pressas para o trabalho de parto de emergência no Hospital da Universidade do Alabama em Birmingham.

Apenas Curtis sobreviveu. Já a irmã dele, C’Asya, faleceu um dia depois de nascer, devido a complicações no quadro de saúde.