
Números da dengue mais do que dobram em uma semana
Casos prováveis batem em 64.724 em Minas, com 23.389 e um óbito já confirmados. Estado investiga 35 mortes. Chikungunya também dispara. Dia foi de UPAs cheias ontem em BH
Mais lidas
compartilhe
Siga noMinas Gerais registra, em média, mais de mil casos diários atestados por exames laboratoriais de dengue, zika e chikungunya – arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – desde o início do ano. Os números de casos prováveis (notificados exceto os descartados) e de confirmados, assim como as mortes em investigação, mais que dobraram em uma semana, segundo dados divulgados ontem pelo Boletim Epidemiológico de Monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A escalada é puxada pela dengue, embora forte aumento seja observado também para a chinkungunya.
Segundo os dados, até ontem, o estado acumulava 23.389 casos confirmados de dengue, 6.206 de chikungunya e um de zika. O total de 29.257 dá, em média, 1.020 ocorrências das arboviroses atestadas por testes laboratoriais por dia ao longo do mês. Estão confirmadas duas mortes – uma provocada pela dengue e outra pela chikungunya –, mas o número tende a subir rapidamente, a considerar o montante a ser checado. Os óbitos em investigação subiram de 14 no boletim do dia 22 para 35 no documento de ontem. Entre eles, um que chegou a ser confirmado na sexta-feira, mas voltou para análise. Há ainda dois óbitos relacionados à febre chikungunya em investigação.
29/01/2024 - 21:37 BH: grávida é atropelada pelo marido depois de discussão 30/01/2024 - 04:00 Lafayette e o fórum que leva seu nome 29/01/2024 - 23:51 Mulher é achada morta ao lado do filho após cobrar dívida de R$ 200 em MG
O número de doentes cresce rapidamente. Os casos confirmados de dengue saíram de 11.490 no dia 22 para 23.389 ontem, e os prováveis, de 32.316 para 64.724. Embora essa enfermidade esteja na dianteira da escalada, a chikungunya segue também em ritmo acelerado, passando de 4.353 casos prováveis para 8.682, entre os boletins, enquanto os confirmados subiram de 3.067 para 6.206. Em relação à zika, a SES registrou oito casos prováveis e um confirmado. Não há óbitos relacionados à doença.
CAPITAL
Em Belo Horizonte, a procura por atendimento nos centros de saúde tem sido grande. No fim de semana, a Prefeitura de BH (PBH) decidiu abrir cinco deles para atender, prioritariamente, pessoas com sintomas das arboviroses. Segundo o poder municipal, foram 759 atendimentos nas unidades do Barreiro, Leste, Norte, Oeste e Venda Nova. No último balanço da PBH, divulgado na sexta-feira, a capital acumulava 665 casos confirmados de dengue. Outros 4.083 notificados estavam pendentes de exames, enquanto 420 haviam sido descartados após investigação.
Ontem, a reportagem do Estado de Minas percorreu alguns centros de saúde e unidades de pronto-atendimento da capital. A UPA Leste, na Avenida dos Andradas, estava lotada, alongando o tempo de espera. Acompanhada da mãe, a jovem aprendiz Sara Lopes, de 17 anos, moradora do Bairro Alto Vera Cruz, reclamou a demora. Segundo a adolescente, ela chegou à unidade de saúde às 11h e até as 15h não havia passado por consulta médica. "Na hora de chamar para a classificação de risco, não olharam a saturação e a pressão”, afirma a jovem.
Sara conta que na semana passada procurou atendimento na mesma UPA, com os mesmos sintomas. “Dor de cabeça e atrás dos olhos, dificuldade de andar, vômito e diarreia. O médico disse para eu retornar hoje (ontem), último dia do meu atestado, para fazer os exames.” De acordo com Sara, o profissional teria apenas receitado soro, analgésico e repouso. Mas sintomas só pioraram, afirma.
Outro que aguardava atendimento no local à tarde era o frentista Fernando Luiz, de 36 anos, morador do Bairro General Carneiro, em Sabará, na Grande BH. Ele disse ter chegado à UPA ao meio-dia. "Já passei pela triagem e agora estou esperando o médico. Comecei a sentir os sintomas essa noite, de madrugada. Febre, dor de cabeça, no corpo, nas juntas e diarreia”, lista. Ele diz que nunca teve dengue nem sentiu nada parecido com os sintomas. A sobrinha dele foi diagnosticada com a doença na semana passada. Segundo Luiz, em seu bairro, muitas pessoas tiveram dengue nas últimas semanas.