Ivanildo e Aline sonham em mudar de vida e ajudar a família se ganharem na Mega da Virada -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Ivanildo e Aline sonham em mudar de vida e ajudar a família se ganharem na Mega da Virada

crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press

Ajudar a família, comprar uma casa, viajar, abrir um negócio ou apenas investir. Esses são os sonhos mais comuns para quem está apostando na Mega da Virada em Belo Horizonte, uma das cidades que mais teve ganhadores da loteria ao longo dos anos.

“É muito dinheiro, mas a gente sempre fala que pretende ajudar a família. Eu venho de uma família muito pobre. Tanto o lado da minha mãe quanto do meu pai vêm da roça, mas trabalhando para os outros, não como donos de fazenda, então é gente muito humilde. Sempre quis dar uma vida melhor para eles, porque foi a vida inteira sofrendo, e mesmo assim conseguiram me dar estudo e eu cheguei onde estou por conta deles. Se Deus me abençoar, vou ajudar quem me ajudou”, declara Ivanildo da Costa, que apostou dois cartões na lotérica do Mercado Central e participa de um bolão que já lançou mais de 270 cartões em três dias.

“Mas também quero viver a vida viajando, parar um pouquinho de trabalhar, talvez criar um negócio próprio, algo nesse sentido”, complementa ele.

Tanto Ivanildo quanto sua esposa, Aline Vidal, contam que têm o mesmo objetivo principal, se ganharem na Mega da Virada: “Eu penso na mesma linha que ele. É ajudar a família e seguir para a aposentadoria”, afirma.

“E é aposentadoria para o resto da vida. É muito dinheiro e não dá nem para pensar no que fazer se ganhar sozinho todo esse dinheiro”, acrescenta Ivanildo de bom humor.

O casal é apenas uma pequena parte dos milhões de brasileiros que jogam no concurso para mudar de vida e levar junto quem sempre esteve por perto. As apostas foram tantas que o prêmio, inicialmente previsto para ser de R$ 550 milhões, aumentou para R$ 570 milhões, atingido um valor histórico.

Mas ainda é preciso sorte, já que a probabilidade de acerto nos jogos da Mega-Sena é de 1 em 50 milhões, com uma aposta de seis números, ao custo de R$ 5.

“Não é cotidiano, mas jogo de vez em quando. Estou jogando agora, inclusive, com os números que meu pai, já falecido, costumava jogar há muitos anos”, conta Patrícia Barbosa, também jogando na lotérica do Mercado Central.

Se ganhar, ela também quer ajudar a família e descansar. “A gente sempre tem essa vontade, mas também quero arrumar alguma coisa para mim, descansar um pouco, porque estou trabalhando demais da conta. Preciso concretizar alguns sonhos, como ter uma casa, um lugar para descansar e, depois, tentar ajudar algumas pessoas queridas próximas a mim e, quem sabe, criar uma fundação ou algo do tipo, principalmente se eu ganhar sozinha, porque é muito dinheiro”, diz.

Bolão e várias apostas

Uma das táticas para tentar aumentar as chances de ganho, além de fazer vários jogos, é participar dos chamados “bolões”, apostas coletivas com maiores chances de ganho, mas com maior divisão do prêmio.

O empreendedor Valmir Polman tem fé que vai ganhar, e está participando de um bolão com a família com 44 pessoas. Se for o premiado, ele já sabe o que fazer com a bolada. “Vou continuar empreendendo. Trabalho na área de corretagem de imóveis. Vou ampliar o negócio, além de cuidar da família, lazer, saúde, qualidade de vida”, aponta.

A maioria ainda joga para todos os lados e participa dos bolões, mas também faz – muitas – apostas individuais. É o caso de Marlene Barbosa, que fez mais de dez apostas na lotérica do Mercado Central e participa da aposta coletiva da empresa em que trabalha.

“Caso ganhasse, eu ajudaria a minha família e tentaria investir em alguma coisa no futuro. Eu tenho meus netos, estão chegando meus bisnetos, e a gente tem que saber que existe um futuro pela frente. Eu sigo um caminho, mas mais gente continua, então é bom deixar um futuro reservado para eles”, afirma ela.

Mas há motivo para tantas apostas: desde a primeira edição da Mega da Virada, em 2009, Minas Gerais foi palco de 12 vitórias, sendo o segundo estado, juntamente com a Bahia, a ter mais ganhadores do prêmio.

E se os mineiros têm sorte, é bom usar. Aline Vidal conta que ficou sabendo da boa sorte do estado recentemente e a família se animou: “Meu pai é do Rio de Janeiro e me deu o jogo dele para fazer aqui em Belo Horizonte, para tentar a sorte aqui”, relata.