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MERCADO

Ex-presidente do BC: 'Operação entre Master e BRB mexe com a concorrência'

Gustavo Loyola afirmou à CNN que a movimentação entre os dois bancos faz parte da regra do jogo: "Nada de errado nisso"

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A compra de 58% do capital do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) tem movimentado o mercado nacional desde que foi anunciado na última sexta-feira (28/3). Na avaliação do ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Loyola, a repercussão da transação é natural, “mexe com a concorrência” e “faz parte do jogo”.

“Minha experiência no BC é que sempre existem terceiras instituições que demonstram interesse, querem interferir na negociação. Faz parte da regra do jogo. Nada de errado nisso. E acredito que a operação pode ser benéfica para todo mundo”, disse Loyola em entrevista à CNN Brasil.

A transação é uma compra de R$ 2 bilhões, conforme anunciado pelo BRB. Segundo o banco estatal do Distrito Federal, o valor corresponde a 75% do patrimônio consolidado do Banco Master. Além de adquirir grande maioria do capital, o BRB ficaria com 49% das ações ordinárias do Banco Master.

O ex-presidente do BC ainda analisa que a compra deve estar sendo tratada com os cuidados necessários, de acordo com os comunicados das duas instituições financeiras. Loyola cita, por exemplo, auditorias independentes e a possibilidade do BRB poder escolher os ativos que não farão parte de uma nova operação.

Loyola também diz confiar na condução da transação pelo Banco Central, que segundo ele vai decidir sobre o tema de maneira “técnica e independente”. “Fui funcionário de carreira do banco, lidei com esse tipo de tema. Confio que o BC vai examinar quais os benefícios que essa operação traz, e os eventuais malefícios. Vai pesar dos dois lados. O BC conhece bem as fortalezas e fraquezas dos dois bancos”, afirma.

Na terça-feira (1º/4) o Banco Master divulgou seu balanço de 2024. A instituição alcançou um lucro líquido de R$ 1,06 bilhão no ano passado, com uma alta de quase 100% do que havia sido registrado em 2023. 

André Esteves tenta frear negociação 

A aquisição do Master pelo BRB ainda precisa de aprovação do BC, que tem um prazo de até um ano para analisar os documentos entregues pelas duas instituições. Durante esse período, outros agentes do mercado podem demonstrar interesse em adquirir o Master ou entrar na negociação.

Um deles é André Esteves, presidente do conselho de administração e sócio-sênior do banco BTG Pactual. Segundo o portal Relatório Reservado, clientes do BTG com ações do Master em suas carteiras já receberam a recomendação de venda dos ativos.

Na segunda-feira (31/3), Esteves se reuniu com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em Brasília. Nos bastidores, a notícia é que o presidente do BTG vinha negociando com o dono do Master, Daniel Vorcaro, uma proposta que envolvia o uso do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir problemas que pudessem aparecer nas operações de risco do banco Master.

A mensagem do BTG aos investidores revelada pelo Relatório Reservado, inclusive, cita o FGC. Os clientes teriam recebido um comunicado onde o BTG alerta aqueles com Certificado de Depósito Bancário (CDB) do Master acima do fundo garantidor.

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Em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o banco de André Esteves negou ter feito uma proposta para o Banco Master. Contudo, a instituição informa que tem monitorado de “forma contínua oportunidades de consolidação no mercado financeiro que possam gerar valor para seus acionistas e que tenham o suporte dos reguladores”.

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