Com o tema “Envelhecer Bem: Direito às Políticas Públicas do Bem Viver, ao Prazer e à Cidade”, o Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual e Identidade de Gênero de Minas Gerais  (Cellos-MG), apresentou nesta terça-feira (15/7) os detalhes da 26ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Belo Horizonte e do Festival Fuzuê LGBTQIA+: Arte, celebração e luta.

 A proposta é dar visibilidade à população LGBTQIA+ com 60 anos ou mais, garantindo debate sobre políticas que assegurem direito à longevidade com dignidade, liberdade e prazer. 

“Não queremos só envelhecer. Queremos viver com dignidade, com amor, com segurança, liberdade e respeito”, afirmou o presidente do Cellos-MG, Maicon Chaves. Para ele, o envelhecimento não deve uma fase apenas sobrevivência, mas plenitude de direitos, inclusive para corpos historicamente excluídos das políticas públicas.

A Parada será neste domingo (20/7) com concentração no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Avenida Brasil, a partir das 14h com discursos, homenagens e apresentações culturais,com encerramento previsto para às 20h na Praça Sete. 

Com expectativa de reunir cerca de 350 mil pessoas, a Parada  LGBTQIA+ de Belo Horizonte é a que mais cresce no país. Pesquisa da Belotur e UFMG mostra que o público do evento é majoritariamente preto, periférico e não tão jovem como antes, perfil refletido na programação e estrutura, que terá intérpretes de Libras, banheiros e rotas acessíveis, além de equipes para acolhimento físico e emocional, com atenção especial à população trans e não binária.

Embora não haja trio 100% acessível, os usados durante o evento terão acessibilidade parcial, de 70% a 80%. A organização dedica quatro anos para garantir participação de artistas com deficiência, promovendo inclusão efetiva na programação.

Festival Fuzuê

Já o Festival Fuzuê, uma das novidades mais esperadas da programação, será realizado no sábado (19/7), no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro da cidade, das 13h às 20h. O evento conta com dois palcos: um principal (Sissy Kelly), com atrações locais e nacional, e um palco eletrônico (Nero) voltado à música e à dança. Todas as apresentações foram selecionadas por meio de um edital aberto, o que garantiu a participação de 48 artistas que contemplam todas as letras da sigla LGBTQIA+.

Pelo menos 80% dos artistas são pessoas negras, com destaque para nomes trans, travestis, drags e performers da cena periférica de Belo Horizonte, da região metropolitana, e de outras cidades mineiras que têm na Parada da capital uma referência cultural e política.

A drag Jessica Telles tem 38 anos de carreira e esteve presente na primeira Parada de BH que reuniu poucas dezenas de pessoas nas ruas. Ela será uma das seis apresentadoras da edição de 2025, representando a força da memória e a continuidade da luta.

Sustentabilidade

Além das atrações, o festival terá barracas de alimentação e bebidas, e uma feira com expositores LGBTQIA+ vendendo produtos e serviços variados, selecionados por edital. O evento reforça compromisso ambiental: copos reutilizáveis serão distribuídos e latas de bebida não serão entregues ao público, sendo despejadas nos copos para garantir descarte correto e evitar lixo no parque.

Embora gratuito, o festival terá controle de público via retirada de ingressos na plataforma Sympla, com lotes sendo liberados gradativamente.

Segundo secretário de Relações Internacionais da ABGLT e presidente do Cellos Maicon Chaves, o festival fortalece cultura, formação e protagonismo: “Queremos garantir que nossa população tenha cada vez mais espaços de celebração, visibilidade e resistência. A Parada é momento político e afetivo, de afirmação de direitos e lutas.

A Parada e o Festival Fuzuê têm apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Diretoria de Políticas para a População LGBTQIA+, e patrocínio da marca Vibes, do Grupo Heineken. Sindicatos como Bancários e Sindifes são parceiros.

Investimento

Com custo estimado em R$ 1,3 milhão, a Parada conta com R$ 450 mil em recursos da Prefeitura de Belo Horizonte e o apoio de patrocinadores, tendo a cervejaria Vibes, ligada à Heineken, como principal patrocinadora. A expectativa é de um impacto econômico de cerca de R$ 20 milhões para a cidade, especialmente por atrair turistas de estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

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O investimento público e privado reforça o papel da Parada como um dos principais eventos culturais e políticos da cidade, promovendo visibilidade, inclusão e resistência da população LGBTQIA+.

 Serviço

26ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Belo Horizonte

Data: 20 de julho

Horário: 14h

Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

(Avenida Afonso Pena, 1537, Centro)

Festival Fuzuê LGBTQIA+: Arte, celebração e luta

Data: 19 de julho

Horário: 12h

Local: Parque Municipal Américo Renné Giannetti

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