Gastrô Macacos: distrito de Nova Lima volta a ser destino gastronômico
Circuito inédito reúne 15 estabelecimentos com pratos no valor máximo de R$ 70
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São Sebastião das Águas Claras, ou simplesmente Macacos, quer voltar a ser destino gastronômico em Minas Gerais com o circuito inédito Gastrô Macacos. A partir desta sexta-feira (14/11), 15 estabelecimentos do distrito de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, servirão pratos criados exclusivamente para o evento no valor máximo de R$ 70. A regra era que tivessem uma planta alimentícia não convencional (PANC) e/ou um mel produzido na região.
"Todo mundo que viaja quer comer bem. Então, o turismo gastronômico é um motor muito forte da economia. Além de trazer uma sensação boa para o turista, realmente gera renda e emprego", pontua o secretário de desenvolvimento econômico da Prefeitura de Nova Lima, Lucas Henrique.
Com o Gastrô Macacos, segundo ele, o objetivo é promover ainda mais a cultura gastronômica do distrito e fazer com que ela seja um atrativo turístico. Lucas aproveita para lembrar pratos típicos da cidade. "A queca, que é um bolo de frutas cristalizadas, foi inventado quando os ingleses participaram da mineração de Nova Lima, 300 anos atrás. Daí vem o nome cake. Tem a lamparina também, que é como se fosse uma mistura de um pastel de Belém com quindim", aponta.
Não houve seleção. Todos os interessados tiveram a oportunidade de participar do projeto. "Os empreendedores locais passaram tanto pela capacitação em gestão quanto pela consultoria de criatividade para desenvolver os pratos", explica a analista de negócios do Sebrae Minas Lorena Melo, esclarecendo que as consultorias são do Prepara Gastronomia.
Desenvolvimento das receitas
O chef consultor desta primeira edição, Gabriel Trillo, também é dono de restaurante em Nova Lima, o Omilía, mas em outra região, no Vila da Serra. "Nova Lima é sempre vista como uma extensão de Belo Horizonte. Então, esse festival traz um pouco dessa propriedade cultural e gastronômica, além de uma economia rotativa para a cidade, atraindo turismo e incentivando os próprios moradores a fazer o circuito", comenta.
Cada participante teve uma hora de atendimento on-line e mais quatro horas presenciais para o desenvolvimento das receitas. O uso dos ingredientes obrigatórios - as PANCs e os méis - foi um grande desafio, muito pela falta de conhecimento. O chef mesmo não sabia que em Macacos havia vários produtores de mel, tanto que usava um do Vale do Jequitinhonha. "Já estou levando favos de mel para o restaurante. Faz parte da minha mesa de antepastos", conta.
Retomada do turismo
O circuito chega em um momento de retomada do turismo em Macacos, que fica a cerca de 25 quilômetros de BH. O distrito, que sempre recebeu turistas para passeios em meio à natureza, além de visitas a bares e restaurantes, viu o movimento desaparecer em 2019. A barragem da Mina de Mar Azul subiu para o nível máximo de emergência um mês depois da tragédia em Brumadinho, o que levou à evacuação de mais de 100 famílias.
Em 2024, a barragem de Macacos foi descaracterizada (desativada) pela mineradora Vale. Desde então, moradores e comerciantes tentam retomar suas atividades.
Como adianta Lorena Melo, analista de negócios do Sebrae Minas, o trabalho será contínuo. "Depois do festival, vamos continuar com as consultorias para, justamente, ajudar a mensurar os resultados e entender como podemos impactar mais esses negócios e fortalecê-los cada vez mais."
Através do Check-in Turismo, o Sebrae Minas está aprimorando experiências turísticas do distrito. Então, a ideia é que os estabelecimentos gastronômicos estejam preparados para receber um fluxo maior de visitantes.
Serviço
Gastrô Macacos
De 14 de novembro a 7 de dezembro
Pratos no valor máximo de R$ 70