Antes de trocarem farpas em público, George Clooney e Donald Trump frequentavam os mesmos círculos sociais
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Em março deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou George Clooney de “ator de segunda categoria” após o astro de Hollywood defender a liberdade de imprensa e criticar a influência política no jornalismo norte-americano.
Clooney reagiu afirmando que seu trabalho “não é agradar o presidente” e, em entrevista recente à revista norte-americana Variety, foi ainda mais direto ao dizer que as redes de notícias dos Estados Unidos deveriam “mandar Trump se fo*er”.
A relação entre os dois, no entanto, nem sempre foi marcada por farpas públicas e divergências ideológicas. Em entrevistas recentes para divulgar o longa "Jay Kelly", no qual interpreta um astro de cinema em decadência, Clooney tem revelado detalhes surpreendentes sobre um passado em que ele e Trump frequentavam os mesmos círculos sociais.
Segundo a revista britânica OK!, o ator conheceu o republicano muito antes de sua entrada na política. Clooney se encontrava com frequência com Trump em clubes e restaurantes de Nova York e, à época, dizia enxergar o empresário como um “grande bobo”, um sujeito “cabeça de vento, que sempre ia atrás de garotas”.
O casamento, celebrado em Veneza, chamou atenção mundial, consolidando a imagem do casal como uma das parcerias mais influentes do “showbiz” e ativismo.
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Em sua vida pessoal, Clooney manteve durante anos uma imagem de solteirão desejado, o que só mudou em 2014, quando se casou com Amal Alamuddin, renomada advogada anglo-libanesa especializada em direitos humanos. Dessa união, nasceram os gêmeos Ella e Alexander em 2017. Antes, entre 1989 e 1993, Clooney foi casado com a atriz Talia Balsam.
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Em 2012, cofundou com os atores Don Cheadle, Brad Pitt e Matt Damon e com o produtor Jerry Weintraub a organização Not On Our Watch, focada em prevenção de genocídios e crises humanitárias.
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George Clooney é também um ativista engajado, usando sua fama para causas humanitárias. Desde a crise em Darfur, no Sudão, até o apoio a refugiados e campanhas contra injustiças sociais, ele demonstrou comprometimento com o impacto além das câmeras.
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Outras atuações destacadas de Clooney foram em “Conduta de Risco”, de 2007, “Amor Sem Escalas”, de 2010, e “Os Descendentes”, de 2012.
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Em 2005, ele conquistou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Syriana - A Indústria do Petróleo”, no qual abordou temas complexos.
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Clooney e Soderbergh ainda estiveram juntos em “Solaris”, de 2002, “Doze Homens e Outro Segredo”, de 2004, “O Segredo de Berlim” em 2006”, e “Treze Homens e um Novo Segredo”, em 2007.
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No filme, ele interpretou Danny Ocean, líder de um grupo de ladrões em um assalto glamouroso, papel que repetiria em sequências de sucesso. No elenco, havia ainda nomes como Brad Pitt, Matt Damon e Julia Roberts.
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Com Soderbergh, o ator fundou a produtora Section Eight. Com “Onze Homens e um Segredo” (2001), o status de galã de Hollywood de Clooney se consolidou definitivamente.
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A partir de 1998, Clooney estreou uma parceria com o diretor Steven Soderbergh em “Irresistível Paixão” que renderia grandes sucessos de público e bilheteria.
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No ano seguinte, encarnou o super-herói Batman em “Batman e Robin”, da DC Comics, com direção de Joel Schumacher. O elenco ainda contou com nomes como Arnold Schwarzenegger, Uma Thurman e Alicia Silverstone.
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Em 1996, ele atuou em “Um Drink no Inferno”, do diretor Robert Rodriguez e com roteiro de Quentin Tarantino, e na comédia romântica “Um Dia Especial”, em que contracenou com Michele Pfeiffer.
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O papel não só lhe trouxe fama como também moldou sua imagem pública, mesclando charme, talento e presença marcante.
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Sua jornada artística começou com pequenas participações em séries de televisão na década de 1980, mas foi em 1994 que Clooney conquistou reconhecimento mundial ao interpretar o carismático Dr. Doug Ross na série “Plantão Médico”.
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Filho do jornalista e apresentador Nick Clooney e sobrinho da cantora Rosemary Clooney, George cresceu em um ambiente onde a arte e a comunicação estavam sempre presentes, influenciando decisivamente sua futura trajetória.
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George Timothy Clooney nasceu em 6 de maio de 1961, em Lexington, no estado americano de Kentucky, em uma família ligada ao mundo do entretenimento.
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“Eu literalmente disse para ele: ‘Noah, olha, eu amo o roteiro, amo você como diretor, mas tenho mais de 60 anos, cara. Não consigo fazer 50 tomadas. Não tenho esse dom. Meu talento como ator vai de A a B”, afirmou.
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O mais novo projeto de Clooney é “Jay Kelly”, filme de Noah Baumbach - “História de um Casamento” - que tem também Adam Sandler. O ator revelou que pediu ao diretor para poupá-lo do excesso de tomadas.
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“Quando você é um ator na minha posição, na minha idade, encontrar papéis assim não é tão comum. Se você não consegue estar em paz com o envelhecimento, tem que sair da indústria e simplesmente desaparecer”, detalhou.
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Clooney também explicou que abandonou os papéis de ação em função da idade. “Hoje sou o cara que, quando corre atrás de um bandido, é engraçado, não é suspense. E está tudo bem. Eu abraço tudo isso”, brincou.
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“Dizem que só interpreto a mim mesmo? Eu não dou a mínima. Não há muitos caras da minha faixa etária que possam fazer tanto comédias como 'E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?' quanto filmes como 'Conduta de Risco' ou 'Syriana'. Então, se isso significa que estou sempre interpretando a mim mesmo, não dou a mínima. Você já tentou interpretar a si mesmo? É mais difícil do que parece", afirmou o galã de 64 anos.
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Um dos rostos mais conhecidos da indústria cinematográfica, o ator George Clooney declarou à revista “Vanity Fair” que não se incomoda com críticas de falta de versatilidade ao atuar.
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Apesar disso, Clooney nunca deixou de reconhecer o carisma do empresário, descrevendo-o como alguém divertido para seus apoiadores. Também admitiu que esse traço foi decisivo para que Trump fosse “devidamente eleito” – expressão usada pelo próprio ator – em um processo democrático cuja legitimidade ele afirma não questionar.
A proximidade entre os dois era tão grande, que Trump costumava ligar para Clooney com frequência e chegou a ajudá-lo a conseguir uma consulta com um cirurgião de coluna em um momento delicado.
Tudo mudou quando Trump assumiu a presidência. O clima de camaradagem deu lugar a um período que Clooney descreve como especialmente difícil para o país, “capaz de gerar depressão ou muita raiva nos cidadãos”. O ator passou então a se tornar um crítico ferrenho do presidente, questionando, sobretudo, sua postura em relação à imprensa e aosprocessos judiciais envolvendo redes de notícias como CBS e ABC.
Trump, por sua vez, não deixou as críticas sem resposta. Além de chamá-lo de “ator de segunda categoria”, passou a rotular Clooney como um “especialista político fracassado”, classificando suas entrevistas como peças de propaganda.
Clooney afirma não temer retaliações públicas. “Você tem que continuar seguindo em frente, porque desistir não é uma opção”, disse à Variety. Hoje, ele diz concentrar sua energia na defesa de uma imprensa livre e em projetos que considera criativamente relevantes, deixando para trás, ao menos simbolicamente, aquela figura “boba” e “cabeça de vento” que um dia conheceu nos clubes de Nova York.