Nos minutos finais do Volume 1 da quinta temporada, “Stranger things” tomou uma de suas melhores e mais ousadas decisões ao revelar que Will (Noah Schnapp) possui poderes e consegue controlar, apenas com a mente, as criaturas do Mundo Invertido.


Lançados um mês depois, na noite de Natal, os três novos episódios da temporada final retomam a narrativa exatamente desse ponto, dedicando-se a explorar as consequências e as possibilidades abertas pela nova habilidade.


Paralelamente, no Mundo Invertido, o grupo liderado por Dustin (Gaten Matarazzo) decide investigar a origem do muro que circunda a outra dimensão. A busca por respostas no laboratório da cidade traz à tona informações que esclarecem como os irmãos Duffer, criadores e roteiristas da série, optaram por não poupar surpresas no final.


A partir de documentos deixados pelos cientistas, Dustin descobre que o Mundo Invertido é mais do que uma dimensão paralela a Hawkins que poderia ser destruída. A verdade sobre o local, apoiada em uma boa dose de termos científicos, ressalta o quanto os personagens jamais compreenderam plenamente onde estavam entrando e precisam traçar novos planos para salvar o mundo real.


Personagem de volta

Kali (Linnea Berthelsen) também acrescenta peças importantes ao quebra-cabeças. A personagem retorna à série após sua única participação no sétimo episódio da segunda temporada, aquele que, vale destacar, é frequentemente considerado o pior da série. Ela explica por que era mantida presa no laboratório e revela detalhes sobre a verdadeira origem dos poderes de Eleven.


Ainda assim, não é apenas na arquitetura do universo ficcional que os novos episódios se apoiam. Na verdade, para além de toda a distração científica e sobrenatural, é no amadurecimento dos personagens e na complexidade das relações que a série se sustenta.


Os diálogos abordam temas como luto, honestidade, medo, aceitação e homossexualidade, atravessando namoros, amizades e vínculos familiares. Há o destaque, mais uma vez, para o arco de Will, que assume progressivamente o protagonismo da série na última temporada.


O desenvolvimento emocional é apontado por Matt e Ross Duffer como um dos pilares do capítulo de encerramento, que estreia na véspera do Ano Novo. A missão final dos protagonistas começa a ser estruturada já no segundo volume da temporada, enquanto a verdadeira ação ficará concentrada no último episódio, intitulado “O mundo ‘direito’”, com duas horas e oito minutos de duração.


Segundo os criadores, o tempo é suficiente para concluir todos os arcos sem atropelos. “Ao já começar em ritmo de corrida, primeiro, é divertido, mas também nos deu mais tempo na parte final para passar com esses personagens e encerrar tudo adequadamente, porque não queríamos que o final parecesse apressado. Queríamos poder dedicar o tempo que sentimos que esses personagens mereciam”, afirmou Ross Duffer em entrevista à “Entertainment Weekly”.


Com quase todos os episódios já disponíveis, “Stranger things” se aproxima do desfecho com números expressivos de audiência e forte repercussão crítica. Os quatro primeiros episódios, lançados em novembro, acumularam 59,6 milhões de visualizações nos cinco primeiros dias, tornando-se a maior estreia de uma série em língua inglesa na plataforma.


Cientes da pressão que envolve o encerramento de produções longevas, os responsáveis pela série, como Shawn Levy, diretor dos episódios seis e sete desta temporada, garantem que o desfecho evita frustrações como as associadas a “Lost” e “Game of thrones”. Para a “Variety”, Levy afirmou que os irmãos Duffer “tiveram seus corações partidos por séries que amavam e que, no fim, decepcionaram os fãs. Eles não quiseram, não querem e se recusam a ser uma dessas séries”. n


“STRANGER THINGS”
• Os sete primeiros episódios da quinta temporada já estão disponíveis na Netflix. O capítulo final da série estreia na quarta (31/12), às 22h.

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*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes

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