LUTO NO TEATRO

‘Teuda Bara foi a maior feminista que conheci’, diz diretor Gabriel Villela

Encenador de 'Romeu e Julieta' veio de São Paulo para homenagear a atriz do Galpão, que morreu no dia de Natal, aos 84 anos

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“Era uma relação de amor e ódio. Teuda foi a mulher com mais força que eu conheci na vida. Apanhava dela, de vez em quando, amorosamente”. O diretor Gabriel Villela saiu de madrugada de São Paulo para chegar ao velório de Teuda Bara. A atriz do Grupo Galpão, morta ontem (25/12), aos 84 anos, foi velada hoje (26/12) no Palácio das Artes. O enterro será às 17h no Cemitério da Colina.

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“Não podia ser diferente. É uma celebração, mas também um ritual de tristeza, lamento e perda. Com a Teuda tudo tinha que ser diferente, a liturgia é outra”, acrescentou Villela, que a dirigiu no Galpão em três espetáculos: “Romeu e Julieta” (1992), “A Rua da Amargura” (1994) e “Os gigantes da montanha” (2013).

“A Teuda tinha uma preparação muito grande para o teatro, assimilava tudo com uma capacidade de síntese encantadora”, completou ele, lembrando que além de ser a mulher mais forte que conheceu, ela também foi a maior feminista. “Se não desse certo ela saía na gente: beliscava, batia. Foi revolucionária no modus vivendi.”

 

Teuda contava que conheceu Villela durante um festival em São João del-Rei. Segundo ela, pouco depois o diretor viajou para a Europa onde ouviu um grupo de meninos cantando “Marinheiro só”. Teria perguntado aos gringos onde conheceram essa música e eles disseram que tinha sido por meio de um grupo brasileiro chamado Galpão.

“Na verdade, tenho pouca lembrança dessa história do ‘Marinheiro só’”, disse Villela, que viu o Galpão em ação pela primeira vez em Ouro Preto e os reencontrou em São João, onde os atores participavam de um workshop com Ulisses Cruz. “Daí eu invadi a área, vi que esse povo era o meu povo.”

 

“Romeu e Julieta” foi realizado com pouquíssimo dinheiro. O espetáculo estreou em 12 de setembro de 1992 em Ouro Preto. Na época, o grupo tinha uma dívida de US$ 12 mil – que foi sanada paulatinamente diante do absoluto sucesso da montagem.

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“Era muito pouco dinheiro e o grupo foi assumindo dívidas para poder dar um trato cinematográfico na veraneio (que foi o palco/cenário da montagem)”, completou Villela. As falas debochadas da ama interpretada por Teuda, que carregava grandes sacos plásticos presos sobre os seios, garantiam as maiores gargalhadas do público no sem número de apresentações que a peça teve, nas ruas e nos palcos, até 2013.

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