Cinema

Brasil tem quatro filmes na briga pelo Oscar, além de "O agente secreto"

Pré-indicados serão divulgados na terça (16/12). Além de Kleber Mendonça Filho, diretores Petra Costa, André Hayato, Aly Muritiba e Gabriel Novis estão no páreo

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É um bom déjà vu o que está acontecendo agora com “O agente secreto”. Exatamente um ano atrás, o Brasil acompanhou a escalada de “Ainda estou aqui” rumo ao Oscar a partir das indicações ao Globo de Ouro. O filme de Kleber Mendonça Filho saiu na frente na última semana ao receber três nomeações, contra duas do longa de Walter Salles. É dada como certa a inclusão do thriller pernambucano em outra lista, a dos pré-selecionados na categoria de Melhor Filme Internacional da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

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Na terça (16/12), serão anunciadas as chamadas shortlists do 98º Oscar. Serão 12 categorias, mas o país ficará de olhos abertos para duas. A primeira delas é justamente aquela em que os próprios países inscrevem suas produções. Oitenta e seis longas são elegíveis para concorrer a Melhor Filme Internacional. Quinze serão anunciados nesta semana para disputar as cinco vagas do Oscar.

Cinco títulos dados como certos nesta pré-seleção são da distribuidora independente Neon: “O agente secreto”, “Foi apenas um acidente” (França), “Valor sentimental” (Noruega), “Sirât” (Espanha), “No other choice” (Coreia do Sul).

Todos estão competindo a Melhor Filme de Língua Não-Inglesa do Globo de Ouro (prêmio tem seis produções; o sexto concorrente é o tunisiano “A voz de Hind Rajab”).


Há outra categoria com funil mais apertado que poderá ter presença brasileira. Duzentos e um longas-metragens são elegíveis para Melhor Documentário. A pré-seleção vai escolher 15.

Multidão ergue as mãos em culto evangélico no filme Apocalipse nos trópicos
“Apocalipse nos trópicos”, da mineira Petra Costa, pode ser indicado à pré-lista de candidatos a Melhor Documentário Netflix/divulgação

Depois da indicação ao Oscar de 2020 por “Democracia em vertigem”, a mineira Petra Costa poderá emplacar seu novo filme, “Apocalipse nos trópicos”.

Conta a favor o fato de ela já ser nome conhecido da Academia. Além disso, o novo documentário é visto como uma espécie de continuação do anterior, pois acompanha a investigação da diretora em torno da política brasileira.

Nele, Petra enfoca a influência das igrejas neopentecostais nas decisões do país, diante da guinada conservadora da última década. “Apocalipse nos trópicos” é uma produção da Netflix, e isso, obviamente, fortalece o filme.

O gigante do streaming também produziu aquele que é visto, até o momento, como o eventual vencedor do Oscar. “A vizinha perfeita” foi criado a partir de imagens de arquivo da polícia, em especial de interrogatórios e das chamadas bodycams (câmeras corporais).

O documentário acentuou o debate sobre o racismo nos EUA, pois acompanha a tragédia desencadeada por dezenas de queixas de uma mulher branca da Flórida sobre as crianças dos vizinhos que brincavam na rua.

Curtas de ficção

Embora sejam essas as duas categorias em que a presença brasileira é quase garantida, outros filmes podem entrar na pré-seleção da Academia. Na categoria de Curtas de Ficção são duas possibilidades. Depois de competir à Palma de Ouro em Cannes, em 2024, “Amarela”, de André Hayato Saito, fez bem-sucedida carreira no circuito de festivais.

A partir da própria vivência, Saito criou a história de Erika Oguihara (Melissa Uehara), adolescente nipo-brasileira que está ansiosa pela final da Copa do Mundo de 1998 entre Brasil e França. Ainda que não se veja nas tradições japonesas dentro de casa, ela percebe que é considerada estrangeira em seu país. Fernanda Takai é produtora associada.

Aly Muritiba

O outro filme é de Aly Muritiba, que dirigiu “Deserto particular”, submissão oficial do Brasil para o Oscar de 2022. Agora, ele retorna com um curta-metragem.

Coprodução Brasil/EUA, “América” mostra o encontro entre Tom (Luca Castellani), jovem em busca do sonho americano, e o escritor Josh (Cheyenne Jackson), que está em busca de sua próxima história.

É bom ficar de olho, pois Muritiba já teve o curta “A fábrica” (2013) pré-selecionado para o Oscar. Seu nome está longe de ser desconhecido dos gringos, pois tem dirigido produções de sucesso do streaming, como “Cangaço novo” (Prime Video) e “Cidade de Deus – A luta não para” (HBO).

O outro título que poderá entrar na pré-seleção é “Alice”, curta documental de Gabriel Novis que acompanha Alice Barbosa, artista trans alagoana e amiga do diretor. Fã de surfe, ela se afastou do esporte por medo da violência. O filme mostra seu retorno às ondas como uma forma de lidar com a morte do pai.



Daqui a dois dias ficará mais claro o tamanho da presença brasileira diante do Oscar. É sempre bom reforçar que o anúncio de terça é apenas um dos degraus, pois a corrida só vai valer de verdade a partir de 22 de janeiro, quando a Academia anunciar os indicados às 24 categorias.

A cerimônia em Los Angeles em 15 de março poderá ser maior do que as anteriores. Desde 2001 a Academia não adicionava nova categoria. A partir de 2026, o Oscar vai premiar o Melhor Elenco, reconhecendo diretores responsáveis pela seleção dos atores de um filme. Esta categoria também estará na pré-seleção desta semana, quando serão anunciados 10 nomes.


'O agente secreto': público de 1 milhão no Brasil

“O agente secreto” atingiu 1 milhão de espectadores no Brasil. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), é o primeiro lançamento nacional do ano a chegar a esta marca.

O filme de Kleber Mendonça Filho também é a primeira produção fora do eixo Sul-Sudeste a conquistar tal público nas salas. 

Em cartaz desde 6 de novembro, o longa é exibido em BH nos cines Boulevard, Centro Cultural Unimed-BH Minas, Del Rey, Pátio, Ponteio Premier e UNA Belas Artes.

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