'ISCA DE RAIVA'

'Rage bait': a expressão que marcou 2025, segundo a Oxford — saiba mais

Termo reflete a ascensão de conteúdos feitos para provocar indignação online.

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A editora Oxford University Press, proprietária do dicionário Oxford Languages, anunciou nesta segunda-feira (1º/12) que o termo “rage bait” (ou isca de raiva, em tradução livre) foi eleito a Palavra do Ano de 2025, após três dias de votação pública que contou com a participação de mais de 30 mil pessoas. A expressão superou outras duas finalistas —”aura farming” e “biohacking” — e foi selecionada por especialistas em linguagem da instituição, que levaram em conta os votos, o sentimento dos comentários e análises de tendências lexicais.

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“Rage bait” é definida como conteúdo online criado deliberadamente para provocar indignação, por ser frustrante, ofensivo ou intencionalmente divisivo. A prática costuma ser usada para aumentar o tráfego e o engajamento em páginas, especialmente em redes sociais.

 

Segundo dados do Oxford Languages, o uso do termo triplicou nos últimos 12 meses. Para os especialistas, essa ascensão reflete uma mudança profunda na forma como falamos sobre atenção, engajamento e ética no ambiente digital — um debate intensificado em um ano marcado por agitação social, discussões sobre regulamentação das plataformas e preocupações com o bem-estar digital.

Embora tenha sido popularizado na última década, o termo surgiu online pela primeira vez em 2002, em uma postagem no Usenet que descrevia a reação de um motorista que, ao ser provocado por outro, era deliberadamente levado à irritação. A expressão evoluiu e passou a ser aplicada a conteúdos virais, críticas a plataformas e análises sobre a dinâmica da criação de tendências na internet.

Hoje, “rage bait” se tornou comum em redações, discussões sobre desinformação, comunidades de criadores de conteúdo e, sobretudo, no cenário político, onde estratégias de engajamento emocional são largamente utilizadas.

Com o avanço dos algoritmos, que tendem a favorecer conteúdos de forte carga emocional, a prática deu origem ao fenômeno conhecido como “rage farming”, no qual a indignação do público é manipulada de forma sistemática para gerar engajamento contínuo — muitas vezes por meio de teorias da conspiração ou desinformação planejada.

De acordo com o Oxford, a Palavra do Ano pode ser uma palavra ou uma expressão considerada uma unidade de significado. Assim como ocorre com “clickbait”, “rage bait” combina dois termos antigos do inglês médio — rage (“explosão violenta de raiva”) e bait (“isca”, “atração”) — para criar um conceito específico do universo digital contemporâneo.

Ao comentar a escolha, Casper Grathwohl, presidente da Oxford Languages, afirmou que o termo sintetiza a forma como a cultura digital evoluiu. “O fato de a expressão ‘rage bait’ existir — e ter aumentado tão drasticamente em uso — mostra o quanto estamos mais conscientes das táticas de manipulação às quais podemos estar expostos online. Antes, a internet buscava capturar nossa curiosidade em troca de cliques. Agora, vemos uma transição para o sequestro das nossas emoções”, explicou. 

Ele destacou que, após a Palavra do Ano de 2024 — “brain rot”, usada para descrever o desgaste mental provocado pelo consumo excessivo de conteúdo superficial —, o novo termo revela o outro lado do mesmo ciclo: a criação intencional de indignação como combustível para engajamento.

“‘Brain rot’ capturou a exaustão causada pela rolagem infinita. ‘Isca de raiva’, por sua vez, destaca como a indignação é usada para gerar cliques. Juntas, essas expressões mostram como as plataformas digitais moldam nosso pensamento e comportamento”, concluiu.

Os outros finalistas

Além de “rage bait”, a editora divulgou que outros dois termos chegaram à final da disputa: O primeiro é “aura farming”, que se refere ao esforço deliberado de aprimorar uma “vibe”, presença magnética ou carisma percebido — uma tentativa de fabricar a “coolness” natural que algumas pessoas parecem ter. O termo ganhou força especialmente após vídeos virais que sugerem que o carisma pode ser treinado.

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Já “biohacking” diz respeito às práticas usadas para otimizar o corpo ou a mente, que vão de ajustes no estilo de vida e suplementação até o uso de tecnologias voltadas para longevidade e melhor desempenho. A expressão cresceu com o aumento do interesse por rotinas de autocuidado extremas e pela busca por performance máxima, especialmente entre figuras públicas.

 

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