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Marjorie Estiano é Ângela Diniz em série que estreia hoje

Produção baseada no podcast ‘Praia dos Ossos’, que aborda assassinato da mineira, tem direção de Andrucha Waddington e chega nesta quinta (13/11) ao HBO Max

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“Essa história está para ser contada há 49 anos”, diz o diretor Andrucha Waddington na coletiva de imprensa realizada para apresentar a minissérie “Ângela Diniz: Assassinada e condenada”, que estreia na plataforma HBO Max nesta quinta-feira (13/11).

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A produção, uma parceria com a Conspiração Filmes, recupera os fatos em torno do assassinato da socialite mineira cometido por seu então namorado, Doca Street, tendo como esteio o podcast “Praia dos Ossos”, da Rádio Novelo, lançado em 2020.


Dividida em seis episódios, a minissérie tem Marjorie Estiano no papel de Ângela e Emílio Dantas como Doca Street. O elenco conta ainda com Joaquim Lopes, Thiago Lacerda, Yara de Novaes, Camila Márdila e Antonio Fagundes, entre outros.

Quando diz que essa é uma história que está para ser contada há 49 anos, Waddington observa que o caso ecoa de forma intensa na atualidade, quando o feminicídio ainda é um dado alarmante na sociedade.


O diretor destaca que a produção busca retratar, de forma fiel, uma época em que o machismo estrutural era muito forte. “Nenhum homem (no enredo) presta. No julgamento (de Doca), a tese era de que ele foi instrumento de um suicídio; Ângela teria usado a mão do Doca para se matar.

Ela é colocada no banco dos réus. A gente vê uma versão da história sendo feita a partir do que é dito pelos homens, algo que continua acontecendo. O ponto central de trazer essa série é ela ser tão contemporânea”, afirma.

Atitude revolucionária

Marjorie diz que dar vida a Ângela representou uma possibilidade de transformação, “um processo psicanalítico”. Ela ressalta que a personagem se autorizava o prazer, o que considera, ainda hoje, revolucionário na sociedade brasileira.

“Temos muita culpa de sentir prazer, de tirar férias, de nos divertirmos. Ângela se autorizava a liberdade de viver, porque a beleza da vida é viver. Isso é um ensinamento muito importante”, afirma.


A atriz comenta que sua vida profissional e pessoal sempre foi de muito trabalho, disciplina e seriedade, e que o papel, portanto, foi uma oportunidade de se experimentar nesse lugar do prazer, da liberdade.

“Isso foi muito importante, um exercício para a vida inteira. Interpretar essa personagem me trouxe e continua trazendo consciência histórica da luta pelos direitos das mulheres.”


Ela comenta que o podcast “Praia dos Ossos” traz “uma pesquisa muito extensa, que gera uma identificação com a temática, pelo fato de ser uma violência de gênero”.

E acrescenta: “Já sofri inúmeras e vou continuar sofrendo. A teoria da legítima defesa da honra caiu em 2023, mas a mentalidade não mudou, continuamos sendo ameaçadas. O fato de Ângela ter uma personalidade muito livre é inovador, porque personagens femininas não são construídas para sentir prazer. São construídas para sofrer”.


Tese da legítima defesa da honra

Camila Márdila, que interpreta Lulu Prado, uma personagem que condensa amigas que Ângela encontrou no Rio de Janeiro após deixar Belo Horizonte, reforça que a ideia de legítima defesa da honra segue como uma base de pensamento.

“Uma mulher bancando seus desejos incomoda. É uma série que vai dividir opiniões sobre o julgamento, porque pode reforçar a ideia, em algumas pessoas, de que Ângela merecia. Essas pessoas vão se pegar, também, condenando a assassinada”, afirma.


Mineira como sua personagem, Yara de Novaes, que interpreta a mãe de Ângela, Maria Diniz, conta que ouvia muito, em Belo Horizonte, que a socialite pediu por isso, provocou, buscou essa morte. Ela elogia a chave adotada na construção da protagonista.

“Marjorie fez uma mulher libidinosa, desejosa, o que é uma libertação para nós, mulheres – usar o corpo como quer, e isso não significa fazer convite para homem nenhum. Eu venho de uma educação muito religiosa, punitiva”, comenta.


Emílio Dantas acredita que, no atual cenário brasileiro, Doca Street estaria no Congresso Nacional e Ângela estaria sendo massacrada na internet, tendo sua vida devassada.

“Fazendo esse paralelo com uma coisa que aconteceu há 49 anos, é importante fazer também o caminho de cá para lá”, diz. Thiago Lacerda, que dá vida ao colunista social Ibrahim Sued, reforça que a série oferece uma possibilidade de reflexão sobre o patriarcado, para “compreender esse lugar onde estamos hoje”.


Acesso à pesquisa do podcast

Andrucha Waddington diz que foi atrás dos direitos de filmagem da história de Ângela Diniz em 2018, antes mesmo do lançamento de “Praia dos ossos”, que teve grande repercussão, tanto pela pesquisa minuciosa quanto por revisitar o caso – um dos mais midiáticos da história do Brasil – sob a ótica do feminismo e da imprensa da época.

O diretor enfatiza que o podcast criado por Branca Vianna para a Rádio Novelo é o que baliza a produção que chega agora à HBO Max. “Eles nos deram toda a pesquisa que foi realizada, então a base da série é 100% fundamentada nos pilares do podcast, mostrando uma mulher livre, o que não era aceito na época, e que, de repente, é colocada no centro de um julgamento que inverte toda a história, transformando a vítima em culpada. Os cinco primeiros episódios mostram essa mulher vivendo sua plenitude”, diz.


“ÂNGELA DINIZ: ASSASSINADA E CONDENADA”
Minissérie em seis episódios. Estreia nesta quinta-feira (13/11), na plataforma HBO Max. Os episódios seguem um cronograma de lançamento semanal, estendendo-se até 11 de dezembro.

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