David Ganc realiza em BH o sonho de lançar ao vivo o disco "Flautaria"
Flautista carioca faz concerto com a orquestra Flutuar neste sábado (1º/11), na Fundação de Educação Artística
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David Ganc, flautista, saxofonista e compositor carioca, escreve arranjos para diversas orquestras brasileiras, entre elas a mineira Flutuar, sua parceira desde 2020. Durante a pandemia, o músico precisou encontrar novas formas de gravar as próprias composições. Com estúdio montado em casa, passou a registrar sozinho todas as vozes de flauta de suas criações.
Os experimentos caseiros, aliados a pesquisas desenvolvidas no pós-doutorado sobre arranjos, concluído pela Unirio, resultaram na produção do primeiro álbum em que David Ganc gravou todas as faixas individualmente, sobrepondo as oito vozes de uma orquestra de flautas transversais.
Registrou separadamente as quatro vozes de flauta em dó, além do flautim, da flauta em sol, da flauta baixo e da flauta contrabaixo.
“Flautaria – Vol.1” (Mills Records), que será lançado hoje (1º/11), é o sétimo disco de David Ganc. Esta noite, ele faz concerto com a Flutuar Orquestra de Flautas, às 20h, na Sala Sergio Magnani da Fundação de Educação Artística (FEA).
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As 12 faixas do álbum são arranjos inéditos para canções brasileiras dos anos 1800 até os dias atuais.
Tributo a Hermeto Pascoal
“O álbum digital cobre um período longo da música brasileira. Fui selecionando músicas desde o final do século 19, culminando por acaso na homenagem ao Hermeto Pascoal, que nos deixou recentemente”, conta.
Do compositor e instrumentista Hermeto Pascoal (1936-2025), cujas canções estão presentes em todos os álbuns de Ganc, o projeto traz “Montreux” e “Vale do Ribeira”. O repertório traz também peças em domínio público, como “Terna saudade”, de Anacleto de Medeiros, além de temas escolhidos a partir da demanda de orquestras parceiras, como na suíte de cinco faixas inspirada nas canções praieiras de Dorival Caymmi.
O disco ainda traz homenagem a Antônio Carlos Jobim, a quem o flautista já dedicou o álbum “David Ganc & Quarteto Guerra Peixe interpretam Tom Jobim”, com as faixas “Meu amigo Radamés” e “Quebra-pedra”.
Arranjo deve trazer novidade à criação original, acredita Ganc. “No caso dos instrumentos de flauta, vejo quais melodias se adaptam bem ao instrumento, depois crio a introdução. O trabalho do arranjador é sempre acrescentar algo novo à música, uma introdução, uma finalização e às vezes algo original no meio”, diz ele.
No concerto de hoje, o público ouvirá mais da metade das faixas de “Flautaria”. Além desse repertório, David Ganc e o maestro Alberto Sampaio, regente da Flutuar, executarão “Caldo de cana”, de Ganc, e “Milharal”, de Daniel Ganc.
Durante a pandemia, ambas foram gravadas online, separadamente, por cerca de 200 flautistas de todo o Brasil, em projeto audiovisual idealizado por Ganc e Sampaio para a Associação Brasileira de Flautistas (Abraf).
O convite para apresentar ao vivo o repertório do disco surpreendeu David Ganc.
“Só o fato de tocar no palco é muito significativo para mim”, comemora. Ele acreditava que, por ter sido gravado individualmente, o projeto seria apenas fonográfico, à semelhança do álbum “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band”, cujas canções nunca foram apresentadas pelos Beatles em shows.
No concerto da série “Eufonias” neste sábado, o concerto dedicado a “Flautaria” vai reunir 25 músicos no palco da Sala Sergio Magnani.
“EUFONIAS”
Concerto da Flutuar Orquestra de Flautas e David Ganc, que lança o álbum “Flautaria – Vol. 1”. Neste sábado (1º/11), às 20h, na Sala Sergio Magnani da Fundação de Educação Artística (Rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda no site da FEA.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria